Um dia de muitas caminhadas e a passagem pelo Leadenhall Market, um bonito mercado da Era Vitoriana.
Saltamos na estação de Waterloo, para o que seria um dos dias mais cansativos da viagem. Estávamos a leste da cidade e viemos caminhando ao sul e ao largo do rio Tâmisa. Numa área completamente recuperada, que os ingleses denominam The Queen’s Walk.
Foi um passeio legal, que ofertou uma perspectiva diferente da cidade. Com a City ao fundo, do outro lado do rio, e a Tower Bridge à direita. Foi a primeira vez que avistei a célebre e bela ponte. Nossa caminhada teve como destino o Tate Modern. O enorme museu de arte moderna foi construído sobre o esqueleto de uma antiga fábrica. Mesmo quem não gosta de arte moderna não deveria deixar de dar um pula lá, pois só a estrutura, o espaço da instituição, já vale a visita.
Saímos do Tate e atravessamos o rio pela Millennium Bridge. A ponte polêmica, construída em comemoração a virada do milênio, no dia da inauguração teve de ser fechada, pois balançava além do previsto.Eu achei a ponte quase uma aberração, um rasgo estranho cortando a silhueta do Tâmisa. No entanto, a ideia de se construir uma ponte para pedestres na saída do Tate e que leve direto a St Paul’s Cathedral é fantástica. Só não precisava ser naquela arquitetura.
Leadenhall Market
E foi justo a St Paul’s Cathedral nossa primeira parada na região da City. A St Paul’s Cathedral foi a única igreja que entrei em toda a viagem. Até porque tinha um pequeno cercadinho onde era possível observar o interior, sem precisar pagar ou fazer doações (estava guardando para os pubs mais tarde).
Depois partimos para o Leadenhall Market. O bonito mercado da Era Vitoriana hoje abriga uma série de lojas, lanchonetes, bares e restaurantes. Fomos almoçar no The Butcher. Desde o início viagem eu estava atrás de um prato de carnes, principalmente da raça Aberdeen Angus. Como é originária da Escócia, imaginei que comer a carne de uma animal criado nas Highlands poderia fazer diferença. Não foi naquele almoço que descobri.
Os pratos de carne estavam um pouco acima do que havíamos previsto gastar, assim deixamos para outra oportunidade e decidimos ficar mesmo no sanduíche. Foi uma boa decisão. Dividimos um sanduba de Grilled Pork With Apple Sauce em pão focaccia (6.75 Libras) e um sanduíche de linguiça Merguez marroquina com batatas fritas (6.50 Libras).
A linguiça estava muito boa e bastante temperada. O outro sanduiche era de carré de porco. Sem o osso, claro, uma carne bem macia e molhada, como não é comum a esse corte. Não sei de que raça de porco veio, mas estava deliciosa.
Depois do rápido, bom e barato almoço, eu segui sozinho explorando um pouco mais a região da City. A Silvia foi tirar o seu dia de folga de mim, onde se dedicou exclusivamente as compras. Eu fui até a Tower of London, um grande programa que vale cada centavo que se paga das dezessete libras de entrada. Esse é imperdível.
Tower of London
Já haviam me alertado sobre o tempo que se deve dedicar a visita, mesmo assim, as duas horas que separei para o passeio ficaram aquém do que necessitaria para ver tudo com calma. O forte, que tem edificações com mais de 900 anos, reúne um acervo interessante, que inclui as jóias da coroa britânica.
O lugar mais parece um parque de diversão, onde é possível tocar em várias peças como armaduras e testar a sua força ao puxar as cordas de um arco idêntico ao usado na Idade Média. Da entrada do museu, tem-se uma ótima vista da Tower Bridge.
Saí da Tower of London além da hora planejada e resolvi pegar o metro num pequeno trecho para atravessar ao outro lado da City, até o Museu de Londres. Concentrei num mesmo dia, três programas que merecem tempo, Tate Modern, Tower of London e Museu de Londres. Deu para fazer, mas o ideal era ir mais devagar e talvez, separar só dois num dia. O Museu de Londres é outro programa gratuito e imperdível, pois se dedica exclusivamente a história da cidade de Londres, desde os primórdios em que era ocupada por diferentes tribos.
Dei azar de pegar uma greve e metade do museu estava fechado à visitação. Ao menos eles deixam uma parte aberta. No entanto, acho improvável que conseguisse cumprir todo o trajeto. Fui até o grande incêndio de 1666, que destruiu a área da City. Curioso, pois no próximo texto eu estarei, em algum momento, num dos poucos pubs sobreviventes ao incêndio, o Ye Olde Cheshire Chesse.
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