Bar da Rampa, fantástica vista e frutos do mar

Bar da Rampa, Rio de Janeiro, restaurante
O deck do Clube Guanabara, em frente ao Bar da Rampa

O BAR DA RAMPA ENCONTRA-SE PERMANENTEMENTE FECHADO. TEXTO MANTIDO COMO MEMÓRIA GASTRONÔMICA CARIOCA.

Quando o meu amigo Barnabé sugeriu o Bar da Rampa para almoçarmos num sábado de sol eu fiquei surpreso: ainda existe? Havia anos que não dava um pulo por lá. Durante um tempo o local virou palco de baladas. O que não me interessava muito. Depois caiu novamente no esquecimento, saindo do ciclo de modismos carioca.

O que importa, o singelo boteco, ainda está lá. No canto do Clube de Regatas Guanabara, com uma vista espetacular para a Praia de Botafogo. O local é um ponto de descanso dos sócios do Clube, que costumam limpar e preparar os peixes que pescam ali mesmo, bem ao lado do píer.

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Mesinhas de frente para a Baía de Guanabara
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Boteco de estilo singelo, para quem não tem pressa

Passou a ser menos frequentado por forasteiros depois que o pessoal do Guanabara começou a cobrar um pedágio de entrada no local. Justo para quem não é sócio.  Os que não se incomodam em pagar a taxa de R$ 10,00 por pessoa pela entrada no Clube vão encontrar um cantinho agradável para passar a tarde entre os amigos.

Outro detalhe importante é que eles só aceitam dinheiro, então é bom ir preparado e sempre conferindo o consumo (nesta vida prática de cartão a gente perde um pouco a noção do que estamos a gastar).

Acaso sua intenção seja comer rapidinho e ir embora então vá a outro lugar. No Bar da Rampa tudo passa lento. É um lugar que não pede pressa, ideal somente para quem busca esticar conversa ao longo do dia e não se importa de, por vezes, ir até o balcão buscar uma cerveja ou fazer o pedido de comida.

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Ótimo pastel bem recheado de bobó de camarão
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Devoção: Iemanjá e São Jorge presentes no boteco

O local tem apenas um garçom, que nem sempre dá conta dos pedidos – dependendo do movimento. O negócio é assim mesmo e ninguém parece se importar. Relaxe e curta uma cervejinha (servida bem gelada, mas sem grande variação de marcas) olhando a vista.

A disposição das mesas muda conforme o dia, por conta do sol forte que vai nos pegando pelas as beiradas do bar. “Pode empurrar a cadeira, não tem problema” disse uma simpática vizinha de nossa de mesa e sócia do clube. Frisando que ali o esquema é meio informal mesmo.

Fiquei muito feliz em constatar que a comida continua boa. O forte para mim são os pratos de peixes e frutos do mar, com preços justos – dado o tamanho das porções. O que compensa, um pouco, o que se paga na entrada do Clube.

Para começar nós pedimos dois pastéis de camarão (a unidade sai a R$ 6,00). É um pastel grande, com um delicioso recheio de bobó de camarão. Deixa qualquer amante de pastel, e de camarão, feliz.

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Meia porção do delicioso Risoto de Polvo (Arroz de Polvo)…
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… deu para alimentar dois esfomeados após os pastéis

Depois não resistimos ao chamado do Risoto de Polvo (sempre deixo claro que o carioca chama qualquer prato de arroz de Risoto e, na maioria das vezes, o Risoto nos botecos da cidade é com arroz branco comum mesmo – que eu pessoalmente até prefiro).

Olhei na mesa ao lado e fiquei estupefato em saber que a porção gigante de Risoto de Polvo que as senhoras estavam comendo era a ½! Beleza, fomos numa meia porção, o que nos satisfez muito bem, após os pastéis, por R$ 65,00.

O Arroz de Polvo é ótimo.  Se aquela meia porção já transborda da bandeja, imagina a grande, que fica por R$ 85,00? Agora é reunir a cabeçada para mais uma tarde dessas por lá. Quem saber para um Risoto Misto (lula, camarão e polvo) …

Mas é bom reforçar: eles aceitam somente dinheiro e a entrada para não sócios na área do Clube Guanabara é R$ 10,00 por pessoa (Portanto é recomendável colocar na conta do almoço).

PERMANENTEMENTE FECHADO. TEXTO MANTIDO COMO MEMÓRIA GASTRONÔMICA CARIOCA.

Bar da Rampa

Endereço: Avenida Repórter Nestor Moreira, 42, Clube de Regatas Guanabara – Botafogo. Rio de Janeiro (RJ).

Quer lembrar de outros tantos bares e restaurantes que fecharam as portas no Rio de Janeiro e São Paulo, acesse a nossa página: memória

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editor do site Diários Gastronômicos

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