O Bar do Arnaudo, em de Santa Teresa, é para mim um destes casos inexplicáveis de lugares que gostamos, mas nunca frequentamos tanto assim.
Quando estou no Rio é praticamente impossível eu não gastar as pernas subindo as ladeiras de Santa, pois a região é uma das minhas prediletas na cidade.
Acho que a minha não frequência passa mais pela concorrência. Sim, perto dessa casa estão alguns dos meus bares cariocas prediletos como a Adega do Pimenta, o Armazém São Thiago (Bar do Gomes) e o Bar do Mineiro.

É sempre um desafio decidir em qual deles ir e o Bar do Arnaudo acaba sempre sobrando nas paradas. Não porque o avalie como pior entre os quatro citados, talvez seja simplesmente o costume. O hábito.
Isso é uma falha enorme com esse que é um restaurante nordestino super tradicional do bairro, inaugurado em 1970, e que reúne uma legião de fãs entre brasileiros e a gringalhada que visita as terras da Guanabara.


Restaurante nordestino tradicional de Santa Teresa
Bom, no final de 2011, então, decidi dedicar uma tarde de sábado para me reconciliar com o Arnaudo. Um agradável almoço na companhia da Silvia e do amigo Guguta. Esse, apesar de ter mudado para Botafogo recentemente, no inconsciente coletivo da minha galera segue sendo um eterno morador de Santa, onde cresceu.
O que dizer de um lugar que serve uma comida honesta, gostosa, por preços justos, tem uma ótima seleção de cachaças e a cerveja vem para a mesa estupidamente gelada?
Acho que já contei o resultado de minha passagem por lá. Não há novidade: o Arnaudo agrada, não custa um absurdo e se não é a melhor restaurante nordestino do Rio, certamente é um das mais charmosos e simpáticos.


No modesto salão o destaque fica por conta da coleção de quadros do Selarón, pintor chileno-carioca e figura folclórica da Lapa. Por cima das nossas cabeças diversas prateleiras exibem uma grande coleção de garrafas de aguardente – algumas ótimas.
Objetos como cestas, cabaças, instrumentos, miniatura de bondes (que nunca podem faltar num bar de Santa) e moringas terminam de enfeitar as paredes brancas. A marca do lugar, no entanto, são as portas em madeira como de filmes de faroeste estadunidense.
O carro chefe do cardápio é a carne de sol, servida com diferentes acompanhamentos, sempre numa faixa de preço de R$ 34,00. Uma porção dá tranquilamente a três pessoas.
Carne de Sol com Abóbora
O menu, porém, contempla outras tentações como carne seca – mais para a gastronomia carioca – e o baiano sarapatel. De entrada há linguiça, queijo coalho, macaxeira e caldinho de feijão de corda.


Para agradar a todos os paladares solicitamos Carne de Sol com Abóbora, Arroz, Feijão de Corda e Farofa de Abóbora. Antes, abrindo os trabalhos, uma porção de um bom queijo coalho.
Um detalhe importante de nossa escala por lá é que chegamos um pouco além da hora do almoço, para o final da tarde. Portanto, evitamos as filas (principalmente de gringos) muito comuns nos finais de semana. Diga-se de passagem, fila é um troço cada vez mais comum em todos os bares do bairro.
Com a casa mais vazia àquela hora o atendimento também estava muito ligeiro e a comida logo veio para a mesa. Junto com os pratos foi oferecida também uma pimentinha que tava muito boa!
Como disse há uns 4 parágrafos atrás, a opção não teve erro. Singela e honesta, ela agradou a todos. No final ficamos satisfeitos com o sabor e a quantidade servida, sem exageros. É claro que não dispensei uma cachaça Rainha após o rango para ajudar na digestão.
Bar do Arnaudo
Rua Almirante Alexandrino, 316, loja B – Santa Teresa. Rio de Janeiro (RJ).
Horário: de segunda a sexta do meio-dia às 23h. Sábado e domingo até as 20h.
Contatos: (21) 2210-0817
Para saber mais:
facebook.com/BarDoArnaudo
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