“Esquece o Bar do Costa. Vá direto ao Bar Gato de Botas, ali perto”. Recebi esta dica de um amigo de Vila Isabel há alguns meses atrás. Até então desconhecia o segundo boteco e, por outro lado, tinha uma imagem muito boa sobre o Bar do Costa, casa que cheguei a ir algumas vezes e tinha uns anos não retornava.
Num sábado de agosto de 2012, junto com meu irmão Tavo, tomei o rumo do tradicional bairro da Zona Norte carioca para explorar alguns bares da área, incluindo os já citados no primeiro parágrafo.

O Bar do Costa decepcionou e o Gato de Botas me surpreendeu. Não é difícil compreender por que: por trás do balcão do Gato, quem comanda tudo é Seu Agostinho (junto com seus filhos), que vem a ser justamente o ex-cozinheiro e sócio do Bar do Costa.
A memória que tinha do Bar do Costa estava relacionada aos diversos petiscos que Agostinho preparava por lá e da qualidade de sua cozinha, que agora migrou para o Gato de Botas.

Adega Pérola da Zona Norte
O Gato de Botas poderia muito bem ser definido como uma espécie de Adega Pérola da Zona Norte. A comparação com a clássica casa de Copacabana faz todo o sentido quando nos deparamos com a quantidade de petiscos (muitos deles exóticos) no balcão do bar de Vila Isabel.
Dá para se divertir por um bom tempo com um grupo de amigos junto às mesas de plásticos na larga calçada daquele trecho da Rua Torres Homem.

A cerveja gelada é garantida no Gato de Botas e, ao menos aquele dia, eu e meu irmão não tivemos qualquer coisa a reclamar do serviço.
O ruim é que não pudemos também nos esticar nos comes, pois, além de sermos apenas dois, nossa intenção era fazer um reconhecimento em outros botecos da região.

Eu simpatizei com a casa desde o primeiro momento que pus os pés lá. A ponto de já ter incluído o boteco na lista dos meus prediletos da Zona Norte. Olha que a concorrência ali é muito séria, pois a área reúne alguns dos melhores botequins do Rio de Janeiro.
Ao final de nossa experiência tivemos certeza de que o Gato de Botas já é um clássico digno de estar entre os melhores.
Verdadeiro boteco raíz
O estabelecimento segue fiel ao estilo boteco carioca de ser. A casa ocupa o que seria o espaço de duas pequenas lojas, no primeiro andar de um prédio residencial.

Na parte interna quase não cabe coisa e por ali a estrutura do bar se ajeita de forma caoticamente organizada. Geladeiras, mesas extras, o balcão de um lado com os petiscos, a área dos banheiros e no fundo de uma das lojas a cozinha. Há poucos lugares disponíveis para sentar na parte de dentro.
O povo gosta mesmo de ficar na calçada, onde o território do botequim se estica ultrapassando a marquise e chegando até quase o asfalto. Por ali também ficamos.

Bolinho de Vagem
O dia estava nublado, mas sem ameaça de chuva. Bom para curtir uma tarde de comilança. Não foi tão difícil escolher o primeiro pedido: um dos petiscos mais elogiados por ali é o Bolinho de Vagem.
Fruto da herança gastronômica portuguesa, o bolinho de vagem é um representante importante da comida luso-carioca. É uma iguaria típica de botequim, principalmente os da Zona Norte da cidade.

Pedimos a meia porção, que vem com mais ou menos seis unidades, cobertas por anéis de cebola, por R$ 8,00. Os bolinhos estavam ótimos. Talvez sejam os melhores que já provei no Rio. São leves e come-se sem o perigo de se empanturrar na largada.
Desde que chegamos sabíamos que não passaríamos de duas porções. Não queríamos estragar a continuação da programação de sábado, que incluía seguir em direção ao Da Gema (falarei em outro texto). Assim sendo, a escolha da segunda opção foi mais difícil.

O balcão exibe uma dezena de comidinhas, entre fígado de frango, carne seca, mariscos, moelas, tender, pernil, barriga de porco, torresmo e por aí vai. Isto sem contar os pratos do dia como o Sarapatel e o Angu a Baiana.
Jiló Frito
Quase pedimos a carne seca com farofa, que nos pareceu tentadora, mas decidimos optar por uma pauta mais leve: Jiló Frito (chip´s).
A travessa muito bem servida nos custos apenas R$ 12,00. Que delícia de troço! O jiló vem finamente fatiado, crocante e sequinho, coberto de queijo parmesão e alho frito. Para acompanhar uma cerveja gelada não há quase nada igual neste mundo.

Nossa estada estava tão agradável que quase desistimos de ir embora para solicitarmos outro petisco. No entanto, nos dias de hoje, em que tenho pouco tempo para explorar os botequins cariocas, toda a oportunidade tem de ser aproveitada ao máximo.
Desta forma terminamos outra garrafa de cerveja e pagamos a conta. A passagem pelo Gato de Botas foi gratificante.
Gato de Botas Bar & Lanchonete
Endereço: Rua Torres Homem, 118, loja C – Vila Isabel. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: de terça a sábado das 17h às 23h. Domingo e segunda das 17h à 23h.
Contatos: (21) 98128-8252
Para saber mais:
instagram.com/bargatodebotas
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