Para aqueles que não resistem a uma sardinha é praticamente uma obrigação dar um pulo no marco zero da cultura das dos frangos marítimos na cidade: o Triângulo das Sardinhas. Ali um boteco imperdivel é o Bar Ocidental.
O nome surgiu no início dos anos sessenta, para designar o trio de bares em um trecho espremido da Rua Miguel Couto. Entre a Rua Acre a Rua Visconde de Inhaúma.
Na época havia um grande mercado de atacado bem perto dali e os botequins do triângulo alimentavam os trabalhadores locais com toneladas do peixinho, além de chope gelado, todos os dias. A fama logo se espalhou.
Sardinha frita
Um dos mais representativos ícones gastronômicos do Rio de Janeiro para mim é a sardinha frita. Fruto da rica herança portuguesa, cultura que ainda segue influenciando bastante a gastronomia carioca, a sardinha ganhou nas terras da Guanabara uma nova versão pitorescamente apelidada de Frango Marítimo.
O estrelato foi alcançado com o surgimento do estilo que mudou para sempre a maneira de servir o peixe na cidade do Rio de Janeiro, virando mesmo uma marca da gastronomia carioca.
A sardinha aberta, empanada e frita. Justamente em um dos bares do Triângulo o chamado Frango Marítimo foi inventado.
O nome, diz-se, foi dado por um freguês, cartunista, que ao observar o peixe aberto e empanado, achou semelhante ao peito da ave e assim desenhou um frango com escamas que definitivamente apelidou o prato. Caiu no gosto do povo.
O Triângulo das Sardinhas chegou a ser um Pentágono, mas os tempos já foram mais movimentados por lá. As casas tradicionais resistiram como o Rei dos Frangos Marítimos e a mais clássica, o Ocidental.
O vai e vem de clientes ainda é bem forte, principalmente no final da tarde, mas hoje se pode facilmente descolar uma entre as muitas mesinhas que são postas na rua (agora exclusiva de pedestres).
Boteco singelo
Não é toda hora que o tempo me permite uma passada por lá, mais sempre que posso vou com algum amigo, ou meu irmão Tavo, para traçar uma porção de sardinhas fritas no balcão do Ocidental.
O boteco, bem singelo, trabalha com porções de peixe como pescada, além de petiscos simples como queijo e salame. A estrela da casa, é claro, são as sardinhas. Para acompanhar, um chope gelado e muito digno (não é o melhor do mundo, mas cumpre o seu papel).
Do balcão podemos bater um papo com Celestino, um dos responsáveis pela fritura, que por já estar ali há muitos anos, tem bastante história para contar.
Um dos mais importantes botecos do Rio de Janeiro
Até o presente momento eu não conheci nenhum lugar no Rio que servisse um Frango Marítimo tão bom quanto no local onde ele se originou.
Primeiro pelo uso de uma farinha específica, que deixa o empanado mais grosso, bem crocante. O tempero é segredo da casa. Tudo de bom. Os preços são módicos, como não poderia deixar de ser (cobrar caro por sardinha é sacanagem).
Eu já fiz diversas referências no Diários Gastronômicos sobre o Ocidental, mas nunca lhe dediquei um texto exclusivo. Ficam aqui estas linhas para suprir a minha falta. Por sua história, e pela qualidade da sardinha servida até hoje, trata-se de um dos mais importantes botecos do Rio de Janeiro.
Bar Ocidental
Endereço: Rua Miguel Couto, 124, loja C – Centro. Rio de Janeiro / RJ.
Funciona de segunda a sexta das 09h às 21h. Sábado das 09 às 16h.
Contato: (21) 2253-4042
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