Volto ao tema comida árabe para apresentar aos leitores uma das melhores esfihas do Rio para mim, a da Padaria Bassil. É essa aí na imagem abaixo do parágrafo. Mas não pensem vocês, pela foto, que ela vem nesse formato diferente. Eu é que não aguentei esperar para fotografar, sem antes dar uma mordida na iguaria.
O dia era uma sexta-feira e minha esposa havíamos tirado uma folga do trabalho. Aproveitamos a oportunidade para passear de tarde pela região da Saara, no Centro.
É claro que eu já tinha premeditado a esfiha ao propor o programa para Silvia. Ela, adoradora da Saara como eu, achou uma idéia irresistível dar umas voltas pela área.
Saara
O grande mercado popular, que se alonga pelos sobrados históricos das ruas da Alfândega, Senhor dos Passos e Buenos Aires, gera nas pessoas reações extremas. Existem os que amam se meter por lá e os que não chegam nem perto. Eu faço parte do primeiro time.
No entanto, diferente da Silvia, tenho um prazo para permanecer por lá antes de começar a enlouquecer com o intenso movimento de pessoas, o empurra-empurra, a gritaria dos vendedores e os jigles jorrando mensagens repetidas na rádio Saara, pelas caixas de som espalhadas por toda a região.
Acho que ela poderia passar uma semana por ali a entrar em cada uma das lojas e caçar roupas, objetos, panos, tudo que é tipo de coisa. Eu gosto de ficar por lá no máximo umas três horas, contando a parada de uma hora para o almoço.
Geralmente também sou mais objetivo e já sei exatamente os meus pontos de parada. Quase sempre restaurantes ou lojas de produtos gastronômicos como a Casas Pedro. Na sexta-feira em questão acertamos dividir o tempo de compras ao meio, com o intervalo para a refeição.
Saímos em direção ao Centro por volta das treze horas, bem forrados com um grande café da manhã. A comida matinal não foi suficiente para dirimir a minha ansiedade em relação à esfiha e a fome me atormentou logo que desembarquei na estação Uruguaiana.
Depois de subir quase toda a Rua da Alfândega finalmente demos meia volta pela Rua Senhor dos Passos logo ao encontro da Padaria Bassil, no número 235.
Desde 1913
A pequena loja já tem tradição de 97 anos (está na área desde 1913), alguns prêmios e muitas reportagens colecionadas na parede. Apesar da fama toda é quase imperceptível para quem cruza em meio a tantos estabelecimentos da Saara e do vai e vem intenso de pessoas.
Foi difícil conseguir tirar uma foto da entrada, sem que ninguém atravessasse pela imagem. O ambiente é simples, com jeitão de lanchonete. Há um balcão livre onde os clientes apanham pães, uma vitrine de salgados típicos e uma geladeira para bebidas.
Come-se em pé por ali mesmo, ou numa mini bancada onde se encontram alguns molhos. Pagamento, só mesmo em dinheiro. Os pedidos são realizados de forma atropelada pelos clientes que chegam um após o outro, cheios de ansiedade. Apesar de tanto caos, o pessoal da casa consegue milagrosamente desfazer o nó e atender a todos, sem errar no kibe.
Um espetáculo de esfiha
O segredo da esfiha me parece estar no fato de ser produzida por uma Padaria Árabe. A massa, bem suave, é o que a faz tão especial, mas o recheio não fica atrás. O salgado é uma das especialidades da casa, que tem no pão árabe o seu carro chefe (muito bom). Vendem entre outros produtos as clássicas pastas de berinjela e grão de bico.
Pedi uma esfiha de carne e a Muñeca uma de ricota (ambas por R$ 2,50). As duas igualmente ótimas. Além disso, foi inevitável sair de lá com um pacote de pão árabe debaixo do braço (12 unidades por R$ 8,00).
Ansiedade desfeita, já estava calmo suficiente para almoçar. Sim, porque nosso destino gastronômico na Saara, além da Padaria Brasil, estava logo ao lado desta, pouco mais a frente na Rua Senhor dos Passos, o restaurante Sírio & libanês. As esfihas foram apenas a entrada.
Padaria Bassil
Endereço: Rua Senhor dos Passos, 235 – Saara, Centro do Rio. Rio de Janeiro / RJ
Horário: de segunda a sexta das 8h às 18h. Sábado das 8h às 14h.
Contato: (21) 3970-1673 / WhatsApp: (21) 99150-8836
Para saber mais:
instagram.com/padariabassil
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