Sentamos junto a uma mesa de canto. Ainda havia gente almoçando. A Casa Paladino reúne um pouco de um tudo do Centro – profissionais liberais, funcionários públicos, trabalhadores de baixa renda e empresários. A casa, fundada em 1906, é um retrato bem preservado da Belle Époque carioca.
Um armazém bonito, com mobiliário em madeira fina e ao mesmo tempo um botequim mais largadão e informal – Com mesas em pano de cor amarela gasta.
Porção de copa
Tive que chamar o garçom umas três vezes até que se dignificasse a vir atender-nos. Descobrimos que não era má vontade, e sim bebedeira. É mole! Depois veio outro rapaz, sóbrio, que passou a nos servir prontamente. Solicitei uma porção de copa, finamente cortadas, servida com uma cesta de pão francês frio. Minha conversa com o Thiago animou.
Era a primeira vez que sentávamos para descansar as pernas, depois de rodar o Morro da Conceição e passar em dois bares. Pelo visto o descanso caiu bem, assim como o chope. Ficamos por lá a conversar sobre o Rio de Janeiro por umas quatro rodadas e até que a última fatia de copa fosse consumida.
Não me importaria de ficar por ali mesmo na Casa Paladino e quem sabe pedir uma omelete, prato tradicional da casa. Tínhamos nossos planos e assim nos despedimos do armazém botequim para seguir em nossa jornada na Cidade.
A conversa se esticou do Paladino pela Rua Theophilo Otoni, que ainda preserva um importante casario. Cortamos a Av. Rio Branco e logo mais abaixo saímos defronte a Candelária. Alguns prédios ainda estão desocupados, outros estão completamente remodelados.
Diz à lenda que quando foi construída a Avenida Presidente Vargas (em que de uma vez só derrubou-se um numero significativo de edificações históricas), planejou-se inverter a posição da Igreja da Candelária, que está voltada para o mar e contra a avenida, levantando a imensa edificação, sabe-se lá como, e colocando do lado contrário.
Logo entramos pela ruela que corta o belo conjunto de edifícios da Casa França Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural dos Correios e o Centro Cultural da Justiça Eleitoral e fomos até a Rua do Ouvidor.
Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores
Passamos pela pequena e bela Igreja de N. Sra. da Lapa dos Mercadores, a qual sempre tive vontade, mas nunca cheguei a entrar. Dizem que o templo foi à primeira vítima de bala perdida do Rio de Janeiro, ao receber um tiro de canhão durante a Revolta da Armada, no final do século XIX.
O objeto atingiu a torre da igreja, derrubando a santa em mármore de uma altura de mais de vinte metros. Apesar disso, a imagem não sofreu grandes danos. Tanto a bala quanto a santa ainda estão expostos dentro da edificação.
Cortamos o Arco do Teles atravessando a Praça XV e Rua Primeiro de Março, para entrar na Rua Sete de Setembro. Tentamos parar no Café Gaúcho, na Rua São José. Já era hora de saída de trabalho e o lugar estava lotado de almas sedentas por chope.
Depois fizemos nova tentativa, desta vez no Al Kuwait – já lá para as bandas da Cinelândia, na Travessa dos Poetas de Calçada. Infelizmente eles mudaram a parte externa no lugar, onde havia um simpaticíssimo balcão. Agora o balcão é exclusivo para o serviço dos garçons e temos de pegar um ticket num caixa antes de pedir a bebida. Desanimador! Andamos mais um pouco em direção a Praça Floriano, admirando a reforma do Theatro Municipal. Ao lado da Câmara de Vereadores decidimos parar para molhar a garganta no Amarelinho.
Casa Paladino
Endereço: Rua Uruguaiana, 224/226 – Centro. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: de segunda a sexta das 7h as 20h30m.
Contato: (21) 2263-2094
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Otimos relatos! Realmente mais uma vez foi um tour muito gostoso e a "croquetelheira" ta nos top petiscos do dia. To esperando o proximo capitulo… Abraço!