No Centro de São Paulo, ao lado do famoso Mercadão da Cantareira, está o Mercado Kinjo Yamato, um espaço que une frutas, legumes, história e diversidade gastronômica.
Passei uma manhã no mercado numa verdadeira jornada mundo a fora, começando com caldo de bucho chinês, passando por a shawarma árabe, indo até o hambúrguer raiz da China e finalmente retornando ao tradicional pastel paulistano.

Primeira parada: Caldo de Bucho da China
Logo na entrada do mercado, encontrei um box chinês que serve diversos pratos bem raiz, entre eles o caldo de bucho. Preparado com macarrão do tipo ramen tem caldo suave e aromático e perfeito para os dias frios de São Paulo.
Esse prato tem raízes que remontam à Dinastia Song (960–1279) e há diferentes versões pela China. A que eu comi por ali seria uma receita tradicional no sul, especialmente próxima a Hong Kong. Ao menos assim me revelou a simpática moça que me atendeu.

Mas há também o famoso Baodu de Pequim, um prato que leva bucho e tripas. Eu adoro tudo isso, amo Dobradinha e fiquei bem feliz com aquele caldo de bucho que foi o meu café da manhã.
Diga-se de passagem, na China o caldo de bucho é consumido tanto como refeição principal, como também no desjejum.
Beirut Esfiharia: Man’ouche libanês
Do outro lado do corredor fui surpreendido por uma esfiha gigante que parecia uma pizza. “Man’ouche”, me revelou o rapaz que atendia no balcão do Beirut Esfiharia.
Desconhecia até então esse estilo de comida, que depois descobri ser realmente muito popular no Líbano. Massa de esfiha, jeito de pizza. Muito bom. Incrivelmente ainda não é muito popular em terras brasileiras.

Escolhi a versão Sujok com queijo. Sukok é um estilo de carne moída que leva umas especiarias. A massa é muito fininha e leve. Mesmo sendo grande, portanto, não é difícil dar conta de um Man’ouche sozinho. Porém, o bacana é compartilhar, até para quem quer experimentar mais de um sabor.
O box Beirut Esfiharia já é conhecido no Kinjo Yamato e apresenta outras opções de Man’ouche como de carne, queijo e zaatar.

Hambúrguer chinês Rou Jia Mo
De volta à China, encontrei uma das maiores surpresas da jornada: o Rou Jia Mo, considerado como o sanduíche mais antigo do mundo.
Surgido na província de Shaanxi durante a Dinastia Qin (221–206 a.C.), esse sanduíche é feito com barriga de porco cozida lentamente, desfiada e servida em um pão típico chines de formato achatado chamado baijimo.

O recheio tem sabor agridoce, com carne ultra macia e bem temperada. É uma pedida muito diferente que apesar de eu até então desconhecer, verifiquei ser bastante popular como comida de rua em toda a China.
Shawarma no Albasha
Não poderia faltar o Shawarma. Há alguns boxes que vendem shawarma no mercado.

Preparado no espeto vertical e servido no pão sírio, esse sanduíche popular em todo Oriente Médio ganhou as ruas de São Paulo de uns anos para cá.
Parei para curtir um no box Albasha Shawarma, gerenciado por libaneses. Pedi a versão de carne, recheada com tomate, pastinha de alho e batatas frita.
Não tem erro, shawarma é um negócio bom demais.

História do Mercado Kinjo Yamato
O espaço onde se encontra o Kinjo foi inaugurado em 1936 para aliviar a demanda do Mercadão da Cantareira, que por sua vez havia sido construído três anos antes.
Ao longo dos anos, os boxes foram sendo ocupados por imigrantes japoneses, colônia muito vinculada a produção de frutas, verduras e legumes e o comércio. Outros foram também ocupando o espaço como os árabes e chineses.

Em 1988, durante as comemorações dos 100 anos da imigração japonesa, aquele setor do Mercado foi rebatizado em homenagem a Kinjo Yamato, um dos primeiros imigrantes japoneses a chegar ao Brasil no navio Kasato Maru (1908) e o primeiro a se formar em odontologia no país.
Hoje, o Kinjo Yamato passa por reformas, com previsão de modernização completa. Se por um lado as obras poderão tornar mais confortáveis o comércio para os feirantes e oo público, de outra parte talvez ele perca um pouco desse jeitão raiz bem interessante. Tudo tem um preço.

Encerrando com pastel paulistano
Para fechar a jornada, não poderia faltar um clássico: o pastel de feira. Escolhi uma versão cm um toque nordestino, recheada de jabá com queijo, acompanhada de pimenta. Uma combinação perfeita para terminar o passeio com sabor tipicamente paulistano.
Vale a pena visitar o Kinjo Yamato?
Sem dúvida! O mercado é uma verdadeira experiência gastronômica e cultural. Além da comida, é possível comprar hortifrutis frescos, temperos árabes, ingredientes asiáticos e produtos típicos difíceis de encontrar em outros lugares.
Seja para um almoço rápido ou uma imersão na gastronomia paulistana multicultural, o Kinjo Yamato é uma parada obrigatória no Centro da Cidade.

Conhecem o Mercado Kinjo Yamato?
Mas e quanto a vocês, já conhecem esse mercado no Centro de São Paulo? Provaram algumas das comidas que citei no texto? Tem outras dicas por lá para me passar? Deixem aí nos comentários.
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Espero que tenham gostado da dica e quando derem um pulo lá não deixe de falar pra mim como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos , aqui no blog o nos comentários do canal no Youtube.
Mercado Kinjo Yamato
Endereço: Rua Barão de Duprat, 400 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo / SP
Horário: de segunda à sábado das 3h às 15h.
Telefone: (11) 3228-3432
Para saber mais:
mercadokinjo.mercadospspe.com.br
instagram.com/kinjoyamato
Para saber mais:
mercadokinjo.mercadospspe.com.br
instagram.com/kinjoyamato
Quem estiver procurando outras dicas em São Paulo dá um pulo na aba: comer e beber em Sampa
Além das convesas com os comerciantes do mercado, para este texto utilizei as seguintes fontes de pesquisa:
mundook.com.br/o-destino-de-dois-jovens-imigrantes
thefrontierpost.com/roujiamo-chinas-2200-year-old-burger
en.wikipedia.org/wiki/Roujiamo
thewoksoflife.com/chinese-hamburgers-rou-jia-mo
en.wikipedia.org/wiki/Baodu
vejasp.abril.com.br/comer-e-beber/banca-06-kinjo-yamato-critica
mercadokinjo.mercadospspe.com.br

