Um guia com alguns dos Botequins Tombados do Rio considerados como patrimônios culturais da cidade por sua importância histórica e gastronômica.
Adega Flor de Coimbra
A casa foi fundada em 1938 como uma mercearia típica portuguesa, que servia entre outros, bolinhos de bacalhau e vinho de barril. Aos poucos foi ganhando fama e recebeu o formato de adega e um cardápio recheado de especialidades da terrinha.
Eu destaco particularmente o bolinho de bacalhau em formato charutinho. Muito gostoso e bem preparado. Os vinhos de barril saíram de moda e até mesmo a mania de usar os barris como assento já não fazem mais parte da tradição da casa. Apesar disso, conta com alguns rótulos de vinho interessantes.
Os amantes de cerveja também vão ficar satisfeitos com as diversas opções da bebida disponíveis. O ambiente é aconchegante, com diversos quadros e referências a Portugal, o serviço é bom e os preços não são de arrepiar.
Endereço: Rua Teotônio Regadas, 34, Loja A – Lapa. Rio de Janeiro /RJ.
Horário: de segunda a sábado das 12h às 21h.
Contatos: (21) 2224-4582
Para saber mais:
instagram.com/adegaflordecoimbralapa
Adega Pérola
A Adega Pérola tem para mim o balcão mais fantástico da cidade, com vasta opção de tapas portugueses. É quase uma perdição. As sugestões são muitas: Polvo à Vinagrete, Lascas de Bacalhau, Sardinhas à Escabeche, Favas, Coração de Frango, enfim.
Bom é descobrir por si só o que é mais ao seu gosto. Se vocês são do Rio e não a conhecem, ou são de fora e estão de passagem pela cidade, não deixem de ir lá, pois é um programão. Para quem conhece: bom, aí eu não preciso dizer nada, apenas que já é hora de matar a saudade.
Endereço: Rua Siqueira Campos 138 – loja A, Copacabana. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: de segunda a sábado das 11h à 01h.
Contatos: (21) 2255-9425
Para saber mais:
instagram.com/adegaperola
Armazém São Thiago
Clássico destino de Santa Teresa, sofreu uma profunda reforma em meados dos anos 2000 tendo sido transformado numa espécie de bar-museu em homenagem a categoria, incluindo o resgate do belíssimo chão de azulejos hidráulicos.
O Armazém São Thiago – um exemplar perfeito da influência galega no Rio – abandonou completamente sua função de secos e molhados para se tornar um botequim.
Sua área interna foi tomada de mesinhas e hoje os produtos básicos deram lugar a um cardápio interessante de petiscos, com destaque para a polpeta (bolo de carne) e os frios e queijos cortados finamente. As opções de bebidas são muitas também, com uma seleção ótima de rótulos de cervejas, além das cachaças.
Endereço: Rua Áurea, 26 – Santa Teresa. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: de segunda a sábado das 12h às 23h. Domingo das 12h às 21h.
Contatos: (21) 2232-0822
Para saber mais:
instagram.com/armazemsaothiago
Armazém Senado
Um belíssimo armazém centenário que resiste na esquina da Rua Gomes Freire com Rua do Senado, em plena Lapa e conhecido pelas rodas de samba.
Por ali os produtos básicos ainda são mantidos na estante, mas aos poucos a função de botequim vai ocupando mais e mais o espaço do estabelecimento. Cervejas geladas e petiscos básicos como frios alimentam este interessante programa para uma tarde ou início de noite.
Endereço: Avenida Gomes Freire, 256 – Lapa. Rio de Janeiro/RJ.
Horário: de segunda a sexta das 8h às 20h. Sábado das 8h às 16h.
Contato: (21) 2509-7201
Para saber mais:
instagram.com/armazem.senado
Bar Brasil
O Bar Brasil é antes de tudo um centenário sobrevivente no meio de uma Lapa que não para de mudar. A casa mantém o mesmo simples ambiente desde que foi aberta em 1907.
É um pequeno salão em formato de L – dando para as ruas Mem de Sá e Lavradio. Com a velha geladeira de madeira, o balcão de metal e os quadros do Selarón.
Há muitas coisas interessantes no cardápio, como o ótimo kassler, o fantástico bolo de carne e os salsichões mistos.
O chope Brahma, tirado na antiga torre de bronze, é um caso a parte. Um dos meus prediletos na cidade. É um programa que eu recomendo, assino em baixo, reconheço firma e autentico. Bom para ir depois do trabalho nos dias de semana, quando fecha às 23h.
Endereço: Av. Mem de Sá, 90.
Horário: de terça à sábado das 11h às 00h. Domingo das 11h às 17h.
Contatos: (21) 2509-5943
Para saber mais:
instagram.com/bar.brasil
Bar Lagoa
Aberto em 1935, está na lista dos grandes bares históricos do Rio de Janeiro. Diferente de algumas outras casas antigas, que ou foram se descaracterizando, ou pecando na qualidade da comida, o Bar Lagoa sobrevive firme e forte.
Impecavelmente preservada, a arquitetura art déco do ambiente vale uma visita por si só. A cozinha mantém a qualidade e serve bons pratos típicos da culinária alemã, como filés a milanesa, salsichões etc.
O chope, muito bem tirado, não fica atrás. Junto com o Bar Brasil e o Adonis (de Benfica) é um dos poucos lugares que ainda têm a chopeira original de bronze da Brahma, que vale uma observação mais cuidadosa.
A clientela se divide entre os que preferem a varanda, mais fresca e com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, e o salão fechado.
Endereço: Avenida Epitácio Pessoa, 1674 – Lagoa. Rio de Janeiro (RJ).
Horário: diariamente das 12h às 00h.
Contatos: (21) 2523-1135
Para saber mais:
barlagoa.com.br
instagram.com/barlagoa
Café e Restaurante Lamas
O Lamas é o avô de todos os restaurantes tradicionais cariocas e um lugar de importância histórica. Aberto em 1874, originalmente no Largo do Machado, mudou-se para o atual endereço na Rua Marquês de Abrantes em 1974.
O cardápio da casa é uma espécie de bíblia. Há infindáveis opções e alguns segredos. Os pratos de filé – carro chefe da casa – continuam muito bons, mas os valores não tão mais convidativos.
Eu tenho minhas preferências como o fígado e a língua de boi com molho madeira. Mas continuo admirando os bolinhos de bacalhau, o frango à milanesa, as porções de batatas portuguesas e o cheeseburguer. Enfim, muitas coisas.
Por sua importância é um lugar essencial para quem quer conhecer mais as tradições gastronômicas cariocas.
Rua Marquês de Abrantes, 18 – Flamengo. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: diariamente das 9h30m às 2h.
Contatos: (21) 2556-0799
Para saber mais:
instagram.com/cafelamas
cafelamas.com.br
Casa Paladino
O clássico estabelecimento, que já passou dos cem anos. A Casa Paladino já nasceu como um bar-armazém de produtos finos e até hoje se mantém firme na esquina da Rua Marechal Floriano com Rua Uruguaiana, no Centro do Rio.
Suas estantes de madeira reúnem de vinhos a conservas especiais importadas. É um local conhecido pelos trabalhadores da área, que buscam uma das muitas opções de omelete na hora do almoço. Ou as porções de frios e queijos após o serviço. Com um chope digno e um clima alto-astral, em meio à mobília antiga, o Paladino é um grande programa.
Endereço: Rua Uruguaiana, 224/226 – Centro. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: de segunda a sexta das 7h as 20h30m.
Contato: (21) 2263-2094
Nova Capela
O Capela original, aberto em 1903 num sobrado no Largo da Lapa nº 30, foi transferido em 1967 para o atual endereço na Av. Mém de Sá nº 96. Assim virou o Nova Capela e um dos maiores clássicos da gastronomia do Rio de Janeiro.
Foi lá o Filé à Francesa, tradicional prato carioca, nasceu. Além deste, a casa é conhecida pelo cabrito e o polvo com arroz a brócolis. Mesmo saindo a um preço um pouco mais alto do que deveria, vale à pena.
O bolinho de bacalhau da casa também é bom. É um programa imperdível para quem não o conhece e para quem quer se aprofundar na gastronomia típica carioca.
Endereço: Rua Mem de Sá, 96, Lapa. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: diariamente das 11h às 2h.
Contato: (21) 2252-6228
Saiba mais em:
instagram.com/nova_capela
Gostou das dicas? Então quando der um pulo em um dos locais indicados não deixe de falar pra gente como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos ou aqui no blog.
Encontre outras dicas de bares e restaurantes no Rio de Janeiro em: comer e beber no Rio.
Olá dé comber gostei muito da sua página,
sou estudante de arquitetura e urbanismo aqui na cidade de Bauru- interior de SP, estou no último ano, e estou trabalhando no meu TCC o tema botequins!
Gostaria de pedir ajuda sua sobre livros aonde eu possa pesquisar mais sobre a história dos botequins entre outros… você poderia me passar o nome e autor de alguns?!!!
estarei te enviando tbm um e-mail no:
decomber@diariosgastronomicos.com.br
pra conversamos por lá.. aguardo sua resposta!!!!!!
Att
Então estamos combinados. Estou devendo a mim mesmo uma ida a Sampa para curtir a excelente vida boêmia da cidade. E se vier ao Rio, me avise, beberemos um copo num bom boteco. Abs.;
Querido Dé,
Parabéns pelo excelente blog. Bons textos e sobretudo uma boa percepção sobre esse importante tema. Pesquiso esse tema há muitos anos e já vi todo tipo de reação apaixonada dos amantes de botequins, alguns inclusive tentando impor suas visões sobre o assunto, esquecendo-se da diversidade que o tema sugere. Acho que muitos tentam definir o botequim a partir de seu cenário físico, o qque é válido. Mas creio que limitar-se aos aspectos arquitetônicos ou decorativos traz o risco de deixar escapar outros aspectos mais subjetivos, porém igualmente importantes, como a ambiência, a história e a função que certos botecos têm como espaço de encontro, boemia e gastronomia. Gosto de seu blog porque você essa sensibilidade. Abs. Paulo Thiago.
Caro Paulo,
É uma imensa honra tê-lo aqui participando dos comentários do Diários Gastronômicos e saber que você curte este blog. Venho acompanhando o seu trabalho há muitos anos e tenho enorme admiração pelo que você faz como pesquisador e, principalmente, por ser um dos grandes responsáveis pelo processo de valorização dos botequins cariocas, através da publicação das primeiras edições do Rio Botequim e de muitos dos seus textos que eu já li e até hoje uso como fonte de informação e inspiração.
Este é um tema que muito me encanta e é mais vasto do que apenas um bom prato de petisco ou uma tulipa de chope gelado. Não preciso aqui discorrer da importância e dimensão que tem, pois isso você sabe mais do que eu. Ainda existem muitos botequins que desejo conhecer no Rio de Janeiro, principalmente na Zona Norte da Cidade – aos poucos eu vou cumprindo com a tarefa. Agora que estou morando em São Paulo, outras tantas casas interessantes e culturas botequinescas vem se revelando para mim. Um dia em que eu estiver pelo Rio, ou você em São Paulo, poderíamos, quem sabe, nos recostar em um balcão de um boteco clássico para debater mais este assunto infindável. Será um grande prazer.
Um abraço,
Dé Comber
Prezado Dé Comber
Esse debate toumou um ritmo que eu não aprecio. Não vou entrar nele.
Eu acho que seu texto é excelente e bem traduz cada una das instituições escolhidas, Narração perfeita e descrição do conteúdo impecável.
Eu não DESRESPEITEI o Lamas e nem o Nova Capela por estarem na lista. A Lista de tombamento indica bares e restauranres, e eles o são. O meu pitaco foi sôbre o emprego do termo BOTE|QUIM ou BOTECO para designar verdadeiros restaurantes. Não tem nada a ver com seu texto que, repito, é muito bem escrito (imprimi e divukguei para amgos.
Continuarei radical, achando que boteco é onde ainda se toma cerveja em pé e come-se PF´S. Eles estão acabando, Bio Leblon ainda restam 15. O Bar do Ferreira FOI um botequim ANTRS da reforma. Hoje é um Bar-Restauranre, onde comme-se muito bemn.
Abraços e sucesso
Luis Alfredo
Olá Luis,
Você tem razão. Não tem porque embarcarmos neste tom de debate. Afinal, apesar de termos pontos de vista um pouco distintos no que seria um boteco e um botequim, no fundo estamos do mesmo lado e defendendo uma mesma causa digna: a preservação destas importantes instituições cariocas e brasileiras, cada vez mais raras. Temos sim que unir forças. Espero te ver sempre por aqui e quando eu estiver no Rio, quem sabe não combinamos uma rodada num dos botecos do Leblon que você descreve em seus textos? Vou incluir o seu blog na lista das minhas sugestões.
Um abraço,
Dé Comber
O título – “Pequeno guia dos botequins etc.” – não corresponde ao conteúdo do artigo. Foram tombados o que se chama de bar-restaurante, totalmente diverso do botequim (ou boteco, ou pé sujo) de verdade. Visite o site dos 15 Botecos do Leblon (http://botecosdoleblon.blogspot.com/) qued ainda sobrevivem, e leia quais as características de um boteco original,
Perdoe-me meu caro amigo, mas meu artigo aborda justamente a questão dos bares que foram tombados pela prefeitura – e que estão no Guia – e se você voltar a ler, vai ver que eu cito justamente o entendimento do que é um botequim. Diga-se de passagem, abordo o tema em diversos textos meus. Já fui mais radical na compreensão do termo e acredito que existem muitos outros botecos e botequins na cidade do Rio de Janeiro (principalmente fora do Leblon, é preciso dizer), que deveriam ser considerados para um tombamento como patrimônio cultural da cidade.
O que não se pode é desprezar o fato de que certas casas como o Restaurante Lamas e o Nova Capela, por exemplo, devem, sim, pela importância histórica que têm, entrar na lista de botequins, porque são, cada um a sua própria maneira, botequins. Respeito a sua opinião, mas se você quiser arrumar um canal de divulgação do seu blog e para sua tese, poderia ter sido mais educado em me pedir para que eu o fizesse e até abriria um espaço no Diários para que você discorresse em elucubrações sobre o que é ou não um boteco.
Dizer que meu artigo não tem haver com o guia é miopia. Ter uma compreensão radical no entendimento do que seja um boteco é cegueira. Deixo o seu blog como uma sugestão para os leitores do Diários, mas da próxima vez que você for realizar uma crítica, leia direito o conteúdo do texto que você quer criticar.
Um abraço,
Dé Comber
O Rio de Janeiro estava precisando desse tipo de incentivo!
Os bares que ganharam a classificação são reconhecidamente excepcionais no seu segmento!
Parabéns ao governo e ao Dé Comber pelo ótimo artigo!