Passei apenas para um chope, enquanto aguardava a Silvia resolver umas coisas pelo Leblon. Não qualquer chope, mas a ótima tirada do bar Bracarense, clássico botequim carioca.
Uma agradável tarde de sábado, um passado outono carioca. Época, por sinal, de melhor clima na cidade. Constatei a ausência grosseira deste famoso boteco no Diários Gastronômicos.
Grandes bares do Rio de Janeiro
O Bracarense, ou “Braca” para os íntimos. Se não estava com disposição para comer, nem tinha tanto tempo assim para curtir o lugar como eu gostaria, ao menos uma escala rápida era o mínimo que poderia fazer para consertar esta falha.
Não posso deixar o Bracarense fora de minha lista dos grandes bares do Rio de Janeiro. Mesmo considerando que eu nunca fui um frequentador da casa. Em parte porque geralmente quando no Leblon, eu acabo no Jobi ou na Academia da Cachaça. Porém tenho enorme respeito pela história do lugar e também por quem adora aquilo lá.
Naquele outono e num fim de tarde de tempo parcialmente fechado a casa não estava tão animada e caótica. Como geralmente é comum com a galera do pós-praia nos dias ensolarados do verão. Melhor para mim, que pude me espalhar pelo balcão sem dificuldade e empurra-empurra de ombros.
Chope do Bracarense
O chope do Bracarense é considerado por muita gente boa como o melhor chope Brahma da cidade do Rio. Eu não acho que seja, mas isto é apenas a minha opinião. Estou certo, no entranto, de que está acima da média carioca.
Mais do que propriamente a qualidade da cerveja em si, o grande diferencial do chope de lá está no copo em que é servido: comprido como um copo de refrigerante. Sempre foi assim e eu gosto bastante. Bebido no balcão, ao lado da torre, é realmente uma delicia.
Não estrava para comer, o que foi difícil. Pois é doloroso descartar o cardápio de bolinhos da casa. Alguns são altamente recomendados. Recentemente a equipe do bar renovou o menu com novos sabores.
O Braca, ao meu ver, sempre foi um típico boteco de bairro, com qualidades e defeitos típicos de boteco de bairro. Não é superior, nem inferior, a muitos outros botequins locais do Rio.
Por estar no Leblon, por ter se tornado um tradicional programa pós-praia e por seu público altamente fiel e formador de opinião, esta casa ganhou fama internacional. Antes mesmo do processo de revalorização dos botequins cariocas.
Os bolinhos do Braca
Merece? Sim. Ao menos por representar bem este nicho cultural da cidade, do público pós-praia da Zona Sul. Também porque ajudou a disseminar a cultura dos bolinhos variados no Rio, com criações que depois viraram clássicos como Bolinho de Aipim com Camarão e Catupiry.
Os tempos já não são mais os dos banquinhos de plástico improvisados na calçada. Uma reforma bem feita conseguiu trazer um pouco mais de conforto a rapaziada sem, no entanto, matar o espírito do boteco. Principalmente por manter o balcão, uma marca registrada do lugar.
A casa sobreviveu à morte do fundador e a saída do garçom Chico e da cozinheira Alaíde, que abriram um bar concorrente não muito distante. Os ventos são outros, o público se expandiu, o bairro mudou, mas a antiga clientela, fiel, ainda bate ponto por lá. O Bracarense segue sendo o “Braca”.
Para mim, além do diferente copo onde o chope é servido, o barato de lá também está em seu grande balcão em U, com banquinhos sem encosto. Bom de beber.
Além dos bolinhos, eu particularmente destaco o pernil da casa como uma boa pedida. Não para mim aquele dia, que só estava lá para um chope. Fica pra próxima.
Fui atendido com extrema simpatia. Dividi um pedaço de balcão, donde eu avistava tentado, as imponentes peças de pernil.
A temperatura mediana para mim estava gloriosa e perfeita para aquele chopp gelado, tirado com esmero. Quem sabe não é mesmo um dos melhores da cidade…
Bracarense
Endereço: Rua José Linhares, 85, Loja B – Leblon. Rio de Janeiro (RJ).
Horário: segunda das 11h às 22h. Terça e quaeta das 11h às 23h. Quinta à sábado das 11h às 23h55m. Domingo das 11h às 22h.
Contatos: (21) 2294-3549
Para saber mais:
instagram.com/bar_bracarense
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