Não podia terminar diferente aquela noite esticada de sexta-feira no Leblon: A saideira no Bar Jobi. Este clássico botequim carioca, inaugurado em 1957, é merecedor de muitas deferências e um dos meus bares prediletos por aquelas bandas.
Apesar disso tudo, tinha tempo que não disputava uma de suas mesas, não me acotovelava no pequeno espaço colorido de verde e grená da casa. Em parte justamente porque cada dia é mais complicado conseguir entrar no Jobi, mesmo enxergá-lo da rua, dado o enorme aglomerado de pessoas que se põe a curtir uma tulipa gelada ali mesmo na porta.
Este movimento intenso não parece cessar na madrugada. Muito ao contrário. Lá para umas três horas, o bar renova o seu estoque de clientes. É o momento em que os decibéis alcoólicos e vocálicos dos papos estão a toda e é quase impossível alguém se entender por ali.
Este clima alegre, de um caos organizado, que atrai o público. Uma clientela, diga-se de passagem, de todas as idades, pois a casa segue conquistando novas gerações de boêmios e ainda mantêm uma posição de respeito entre os velhos bebedores.
Desde 1956 no Leblon
Eu também não tenho andado muito pelo Leblon, o que os leitores, eu creio, percebem pela falta de textos sobre a região. Não se trata de discriminação com o bairro, dito por alguns, nobre. É uma questão geográfica. Fica distante de minha área preferida de circulação na cidade do Rio de Janeiro. Também porque os preços por ali estão pelo pescoço.
O Leblon dos tempos em que eu costumava curtir boemia perdeu um pouco de sua personalidade ao passo que foi supervalorizado. Agora já não é possível mais identificar a velha cara mais singela e agradável, apenas o que as pessoas cismam em inventar e vender como marca.
Porém, de quando em vez eu decido fazer incursões pela área. Isso inclui tanto conhecer restaurantes novos, voltar aos tradicionais e ir a velhos botequins. Como a Academia da Cachaça, o Bracarense e o Herr Pfeffer (esse último nem tanto um botequim, é bom deixar claro). Independente do programa que eu fizer pelo bairro, tudo sempre acaba no Jobi.
É claro que em se tratando do mundinho da Zona Sul do Rio, a gente acaba por encontrar uma porção de conhecidos por lá. Isso justifica uma nova rodada. Em algum instante, que já não se sabe bem – após começarmos a beber em pé na porta – nós nos pegamos sentados à mesa com alguma pessoa ao nosso lado que não estava conosco no início da noite.
Uma das melhores empadas do Rio
Em última passagem por lá pude constatar três coisas que me deixaram satisfeito: o serviço (funcional apesar do caos), o chope e a empadinha, seguem muito bem.
A empada é boa pedida (provem a de camarão) para um lanche final, ou de início de jornada. É bem pequena. Por isso se estiver com fome peça logo duas de uma vez, de massa leve e recheio saboroso.
O chope de lá não tem erro, uma constante de boa qualidade e muito bem tirado. Os garçons continuam uma simpatia, mas o famoso Paiva se aposentou.
Os preços podiam ser mais baixos, mas o programa continua valendo. Antes de tudo pela história da casa. Além da carne seca acebolada e o pernil que são muito bons. Fica aí a sugestão.
Como acabou aquela noite de sexta? Como sempre quando resolvo esticar no Jobi: quase de manhã.
Bar Jobi
Endereço: Avenida Ataulfo de Paiva, 1166, loja B – Leblon. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: diariamente das 11h às 03h.
Contatos: (21) 2274-0547
Para saber mais:
instagram.com/bar_jobi
jobileblon.com.br
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