No Box 62 do Sacolão da Bela Vista fica este restaurante charmosamente simples, cuja comida saborosa parece nos abraçar.
A equipe é muito atenciosa, a começar pela dona, Mara Rasmussen Azenha, responsável pelas criações da casa como as imperdíveis coxinhas.
Foi com uma coxinha de frango (R$ 9,00) que comecei minha jornada no local, depois de descer a Rua da Abolição e entrar no Sacolão, defronte ao Teatro Oficina. O salgado (preparado na massa de batata), é espetacular. Certamente em minha lista das 5 melhores coxinhas de Sampa.
Deu muita vontade de provar outros sabores de coxinha (são 6) incluindo Pernil na massa de mandioca e Carne Seca na massa de abóbora. Ou o elogiado Cuscuz de Camarão (R$ 13,00). Mas sozinho, ainda teria de deixar espaço para o prato principal.
Pratos tentadores
Eis aí outra boa dúvida: Moqueca de Pescada Cumbucu (R$ 40,00)? Lula à Provençal (R$ 52,00)? Paleta de Porco (R$ 40,00)? Moela (R$ 40,00)? Tudo muito tentador, mas foi a Língua Bovina que conquistou minha atenção aquele dia.
Todos os pratos são servidos acompanhados de arroz (branco ou integral), farofa, banana-da-terra frita, chips de batata doce, legume e feijão – que para minha boa surpresa é o preto!
É raro encontrar um local em São Paulo que sirva feijão preto de acompanhamento, já que tradicionalmente o paulistano opta pelo carioquinha.
Senti-me quase que num boteco do Rio, feliz com meu feijãozinho preto (o verdadeiro feijão carioca, diga-se de passagem) junto da refeição.
Primeiro veio a salada e, logo em seguida, um belo prato cheio com a língua de boi no molho. O feijão veio numa cumbuca separada. É muita comida minha gente! Sinceramente eu acho que um casal normal, pedindo uma entrada cada, dividi aquilo lá numa boa.
Meti a mão no garfo e ali na calma daquela tarde fui dando conta do recado com satisfação. Pedi uma cervejinha para molhar a garganta.
Uma comida confortável e muito saborosa. Tivesse uma rede naquele Sacolão eu teria deitado após o almoço, para relaxar debaixo do movimentado viaduto.
Boa parte dos ingredientes que Mara utiliza em sua cozinha é comprado por ali mesmo, como as carnes, verduras e legumes. Sua experiência com gastronomia na cena paulistana vem de longe.
Mara Rasmussen
Muito antes do seu Box 62, ela foi uma das precursoras da boemia da Vila Madalena, quando comandava o Bar da Terra no final dos anos 70, início de 80. Depois passou pelo Platibanda, restaurante tradicional que cheguei a conhecer antes dele fechar as portas (uma pena) há uns anos atrás.
Mas atualmente Mara prefere fugir da confusão da noite e abre a sua casa somente no período do dia, num horário bastante extenso, no entanto: entre as 9 da manhã e as 18h30m da tarde.
Portanto, se quiserem comer coxinha no café da manhã, ou mesmo bater um almoço mais tardio, pode ir lá no 62 que será muito bem atendido e sairá feliz e abraçado por aquela comida.
Quanto a mim, para gastar a comilança fui me arrastando ladeira acima no Bixiga, por aquelas ruas de casebres antigos que parecem pausados no tempo, de movimento lento como o meu pisar. Mas logo voltei para o agito paulistano me enfiando na estação São Joaquim, já distante.
Box 62
Funcionam de segunda a sábado das 9h às 18h30m
Endereço: Rua Jaceguai, 557 (Sacolão da Bela Vista) – Bela Vista. São Paulo / SP
Para saber mais: instagram.com/boxmeiadois
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