O domingo frio da cidade me pareceu perfeito para um prato cheio, uma rabada. Corri entre as horas da tarde e chamei a Silvia para um almoço num boteco super bacana que leva o nome da praça onde se enraizou, Bar Varnhagen, na Tijuca.
A casa é bastante simples, descontraída, um lugar para quem curte o astral de botequins tradicionais cariocas. Em tempos de reforma do Maracanã, aquela área não tem lotado tanto de torcedores nas domingueiras como de costume.
Isso me levou a crer que não seria difícil descolar um cantinho entre os passarinhos. Mas, apesar de ter chegado já lá para as quinze e meia (o bar fecha entre 16h e 17h neste dia), só havia uma mesa vaga ao lado do balcão. Sinal de que o bar é disputado, com todo o merecimento.
A cozinha de Dona Maria Natalina
O segredo está na cozinha da simpática portuguesa Dona Maria Natalina, responsável pelo ótimo tempero dos pratos e quitutes. O salão é comandado por sua filha, a não menos simpática Cidália.
Somado a cerveja servida estupidamente gelada e o agradável clima de frente para a praça arborizada, tudo isso faz do Café e Bar Varnhagen uma grande pedida do bairro. O melhor é que o programa não lhe custará muito. Não é a toa que se trata de um clássico tijucano.
Bolinho de bacalhau
Mais do que a rabada, eu fui atrás das famosas pataniscas da Natalina. Infelizmente ela me informou de que aposentou o petisco, depois de anos e anos alimentando o desejo dos frequentadores do boteco. Fazia tempo que não dava um pulo por ali e perdi este bonde.
No entanto, o bolinho de bacalhau da casa, em formato charutinho, é uma alternativa à altura. Estava muito gostoso, sequinho, bem temperado e equilibrado (entre bacalhau e batata).
Cantoria dos passarinhos
Do lado de fora é possível observar diversas gaiolas de passarinhos penduradas. É uma herança do tempo em que a praça servia de encontro para colecionadores e criadores de pássaros. Até hoje o bar reúne clientes com suas gaiolas debaixo do braço, que se encontram nos finais de semana para uma cerveja e muitos piados.
Eu não curto muito esta história de criar passarinhos presos (talvez por ter crescido numa casa lotada de passarinhos em gaiolas) mas cada um sabe de si e confesso que a cantoria dos animais é bastante agradável.
Botequim bem preservado
Meu negócio era dentro do boteco. É um exemplar bonito, bem preservado, típico carioca e que ainda mantêm a sanca azul com os dizeres “vitaminas”, “chá”, “batidas” e coisas de outros tempos.
Um tipo de arquitetura muito comum em botequins dos anos quarenta e cinquenta. Hoje bastante rara de se encontrar por aí. Para completar a decoração não poderiam faltar as paredes de azulejos brancos e azuis e a cristaleira com geladeiras embutidas.
Rabada de domingo
A rabada é um dos pratos do dia do domingo, junto com outras especialidades como Bacalhau à Moda e Carne Assada. A porção custa R$ 17,50.
Para um casal, com uma entradinha, dá para dividir sem reclames, ainda mais considerando que a opção é servida junto com farofa, arroz e feijão. Tudo muito gostoso e com a marca registrada de Natalina: o bom tempero. Ou seja, saímos muito satisfeitos do estômago e dos bolsos.
O Café e Bar Varnhagen é realmente um boteco especial que reúne ambiente preservado, simpatia dos donos, localização agradável, cerveja gelada e boa cozinha luso-carioca. Vale a visita e vale colocar na lista de prediletos.
Café e Bar Varnhagen
Endereço: Praça Varnhagen, 14 A – Maracanã. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: de terça a domingo das 8h às 17h.
Contato: (21) 2254-3062
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