Churrasco coreano no Bicol

São Paulo tem hoje várias bons restaurantes de comida coreana, de diferentes estilos, do mais simples ao mais sofisticado. Uma boa dica para começar a explorar as opções é comer um ótimo churrasco coreano no Bicol.

Inaugurado em 2000 na Aclimação, o Bicol é da velha guarda. Era um restaurante simples e familiar que atendia basicamente a comunidade coreana. Mas após mudar de endereço, no mesmo bairro, ganhou uma roupagem moderna e mais espaço.

Churrasco coreano no Bicol — Churrasco de carne bovina preparado na mesa

Pratos tradicionais da cozinha coreana

O cardápio circula entre pratos tradicionais como o Burgogui (contrafilé marinado em caldo a base de shoyu) e o Sutbur Garbi (costela bovina grelhada no carvão em marinado de shoyu). Além do clássico Bibimbap: uma cumbuca com uma mistura de arroz, legumes, carne e ovo frito com gema mole que só experimentando para entender como é bom.

O grande destaque, no entanto, fica mesmo com o churrasco preparado na mesa, a alegria da maioria dos clientes, que passam ali um tempão brincando de assar pedaços de carnes e legumes na chapa.

Pode-se escolher entre carne suína, bovina, língua de boi e peito de pato. O mais legal de tudo são os banchans, uma grande seleção de pequenas porções que acompanham o pedido.

Minha última passagem foi já no endereço novo e bem melhor. É amplo, o que é importante pois a procura, principalmente nos finais de semana, é grande. Além disso, o esquema de exaustão (fundamental para espantar o fumacê dos pratos) é perfeito.

Por 109 pratas eu pedi o churrasco de carne bovina, que vem junto com todos os bachans (cujo kimchi é item indispensável) e mais alguns legumes para chapear.

Dividi com minha esposa e o meu filho. Mesmo com minha ogrice, foi difícil dar conta do recado. Três adultos normais comem direito ali, o que faz do Bicol um programa delicioso e muito em conta.

Popularização da comida coreana

Existia um preconceito resistente, principalmente entre os mais velhos, com a gastronomia coreana. Mas sinto que este preconceito ano após ano se esvai, tal como aconteceu com a culinária japonesa no final dos anos 80 e ao longo dos anos 90 no Brasil – ao menos nos grandes centros urbanos.

Parte disse também é em função da cultura pop coreana, que se disseminou pela música, em desenhos animados e no cinema. Além da indústria, claro, com marcas gigantes hoje presentes na vida dos brasileiros como Samsung, LG e Hyundai.

A consagração de restaurantes como o Komah (ficará para outra pauta), na Barra Funda e a crescente frequência de um público diversificado no Bicol e outros, ajudam a disseminar a riqueza, o sabor e o refinamento dos pratos coreanos.

Hoje em dia a gente acha normal ter smartphone, carro, TV de marca coreana e até escutar K-Pop. Já está mais que na hora da colocar a Coréia em nosso prato.