São Paulo me despertou para a cultura das coxinhas de frango. E entre as melhores da cidade sem dúvidas coloca a servida no Veloso Bar, na Vila Mariana.
Eu até então desprezava as coxinhas basicamente porque no Rio, onde cresci, ela não é valorizada tanto quanto outros bolinhos típicos da cidade. Portanto, é difícil encontrar uma que preste por lá.
Em Sampa o papo é outro. Coxinha é um troço muito sério na cidade e há uma legião de afcionados que debatem com paixão qual a melhor. A coxinha merece até capa de revista.
Entrei na onda e depois de experimentar a do Frangó compreendi que este petisco tipicamente brasileiro tem, sim, um enorme valor e pode ser delicioso se bem preparado.
Gostei tanto da coxinha do Frangó que achei que seria impossível comer uma melhor do que aquela. Pois bem, para a minha sorte, o impossível acontece.
Foi numa sexta-feira a noite. Otimista eu cheguei a acreditar ser possível descolar uma mesa no Veloso por volta das 22h.
Bar sempre lotado
Deparei-me com a porta da casa amontoada de gente. Era muita gente! Poderia ter desistido por ali, dado meia volta e buscado outro destino.
O Veloso é famoso justamente pela coxinha de frango. Entre as melhores da cidade segundo a avaliação de muita gente que conversei. Bom, eu já tinha chegado até ali então tinha que comer o petisco.
Meti-me no meio da multidão e perguntei ao rapaz que controlava as mesas: “Como está o negócio aí?”. Ele me olhou com cara de quem não acreditou na pergunta, mas foi simpático e respondeu: “Hoje não vai ter mais mesa”.
Acho que foi a primeira vez na vida que eu escutei um troço assim. Desiste, cara. Perdeu playboy. Vai pra outro canto que aqui não vai arrumar lugar hoje.
O moço disse que é assim sempre, desde que a casa abre às 17 horas. Por vezes antes de a casa abrir já tem fila. Não sei se estava exagerando. Pois bem, àquela hora seria mesmo impossível sentar, até porque o bar fecha por volta da meia noite.
Neste momento vi que havia um espacinho no balcão. Posso ficar lá? Sim, o rapaz disse e assim fui me esgueirando pelas mesas cheias, atravessando o falatório todo e joguei o meu cotovelo sobre o móvel.
“Este território é meu e ninguém tasca”. Quase falei alto. Para dizer a verdade eu estava adorando ficar ali em pé, observando o intenso vai e vem de pessoas e bandejas.
Pequeno e despojado
Lugar despojado, com cara de botequim, o Veloso é bem pequeno. Isso também explica o amontoado de gente do lado de fora. Muitos clientes preferem mesmo ficar bebericando em pé, na calçada. Outro fazem como eu e se aconchegam junto ao belo balcão para uma comidinha de sexta.
Liguei para Silvia, avisei da situação e ela topou me encontrar. Ao menos poderíamos comer uma coxinha e depois partir para outro programa. Pedi um chopp. Bom chope, melhor ainda no copo rabo de peixe. Muito charmoso. Os garçons, já habituados com a muvuca, atendem com habilidade e malabarismo.
Fiquei defronte a vitrine de frutas. Além das coxinhas, a fama do lugar é dividida com as caipirinhas do Barman Souza, muito apreciadas e premiadas. Não sou um grande fã de caipirinhas, mas voltarei outra hora para provar alguns dos muitos sabores disponíveis.
Aquela era a noite da coxinha e logo solicitei uma porção, para que já estivesse por lá quando a Silvia chegasse.
Coxinha cremosa
Mais um chope e a porção chegou a minha frente. 6 coxinhas servidas num pequeno prato, com um copinho cheio de molho de pimenta caseiro no meio. Maravilhosa visão!
Peguei uma delas, mordendo primeiro a parte do bico, como aprendi a gostar de fazer. Assim, instantaneamente, todo o burburinho do bar desapareceu. Foi como se eu penetrasse numa dimensão paralela do prazer. Com uma mordida já tinha chegado ao interior extremamente cremoso, simplesmente fantástico e indescritível.
Apesar da camada superior ser um pouco menos crocante, sem dúvida é melhor do que a do Frangó – que também é muito boa, mas tem catupiry no recheio.
O diferencial da do Veloso está justamente no creme, que derrete na boca e tem um ótimo equilíbrio. Não pesa e não é forte. O frango é desfiado e bem balanceado. Tudo parece combinar perfeitamente. Com a pimenta, então, é simplesmente divino.
Não consegui resistir e antes que a Silvia pudesse aportar eu já tinha comido a minha parte de três coxinhas da porção. Quando ela chegou, sua reação não foi diferente a minha: adorou a iguaria. Depois da porção partimos do bar carregando uma boa lembrança da experiência.
Acho que o segredo é esquecer as mesas. Ir ao Veloso num início de noite e parar no balcão, tomar uma caipirinha ou um chopp no copo rabo de peixe. Ali traçar uma porção de coxinhas para se preparar para a balada, ou outro lugar onde seja possível arrumar uma mesa.
Para os amantes de coxinha, uma passada no bar da Vila Mariana é obrigação.
Veloso Bar
Endereço: Rua Conceição Veloso, 54 – Vila Mariana. São Paulo / SP.
Horário: de terça a quinta das 17h às 23h30m. Sexta das 17h às 23h45m. Sábado das 15h à 23h45m. Domingo das 15h às 22h.
Contato: (11) 5572-0254
Para saber mais:
instagram.com/velosobar
velosobar.com.br
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Encontre outras dicas de bares e restaurantes em São Paulo em: comer e beber em Sampa
A coxinha da Padaria Real de Sorocaba é uma dessas raridades tb….
Oi, pessoal. Tudo bem?
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia
Olá.
É ótimo mais uma vez poder participar do portal Viaje na Viagem.
Obrigado pela escolha.
Abraços,
Dé Comber