Feira da Kantuta: a Bolívia no coração de São Paulo

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Os panos de mesa típicos bolivianos a venda na feira

Domingo é dia de Feira da Kantuta, que reúne salteñas, anticuchos, chicharrón, música e cultura andina no bairro do Canindé, em São Paulo. Um pedacinho da Bolívia em plena capital paulista e ponto de encontro da comunidade de imigrantes na cidade.

Perto da estação Armênia do metrô, o espaço reúne milhares de pessoas todo domingo. É uma verdadeira viagem gastronômica e cultural. Para se ter uma ideia, é difícil encontrar alguém falando português por ali.

A história da Feira da Kantuta

A feira começou em 2001 na Praça Padre Bento e, no ano seguinte, mudou-se para o local atual. A comunidade boliviana começou a chamar o espaço de Kantuta. O nome vem da kantuta, flor sagrada dos Andes e símbolo da Bolívia.

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Barraca com panos e vestimentas típicas da Bolívia na Feira da Kantuta

Esse apelido ficou tão marcado que em 2004 a prefeitura de São Paulo mudou oficialmente o nome da praça para Kantuta. O evento é organizado pela Associação Feira Kantuta.

Estima-se que entre 200 mil e 300 mil bolivianos vivam em São Paulo, segundo o consulado da Bolívia. Trata-se do maior número de bolivianos vivendo em um mesmo local fora do país de origem.

Salteñas: o clássico da Bolívia

Minha jornada pela feira começou com a salteña, um dos salgados mais famosos do país e que me deixou grandes recuerdos de minha passagem pela Bolívia em 2007.

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A Salteña é um tipo de empanada boliviana, mas de recheio mais suculento

Trata-se de uma espécie de empanada boliviana, com massa levemente adocicada e recheio úmido e suculento. As mais tradicionais são as de carne ou frango, mas você também encontra salteñas de porco.

São um pouco diferentes das empanadas típicas argentinas ou chilenas, mas em minha opinião até mais saborosas. O segredo acho está no caldo farto do recheio que até escorre quando a gente dá uma mordida.

Há mais de uma barraca vendendo salteñas pela feira. Em minha opinião são sempre um ótimo começo para quem quer explorar a culinária boliviana.

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O recheio bem caldoso da Salteña boliviana
Anticucho: espeto de coração de boi

Outro destaque imperdível por lá é o anticucho, espetinho de coração de boi temperado e grelhado, servido com batata cozida.

É um prato típico das ruas de La Paz e de cidades peruanas, no entanto, raro de encontrar no Brasil. Foi uma ótima surpresa, portanto, esbarrar com uma barraquinha de churrasco onde era preparado antichucho.

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Espetinho de coração de boi é um clássico tanto da Bolívia quanto do Peru

Não entendo os brasileiros, um povo devorador de coração de frango, ter certo preconceito com o anticucho, pois é um espetinho realmente espetacular.

A diversidade da culinária boliviana

Muitas barracas ofertam uma variada gama de opções de pratos típicos bolivianos. Atualmente também é possível encontrar comida peruana por ali.

É incrível realmente a diversidade de opções, apesar de não ter visto itens um pouco mais exóticos como carne de llama nem o cuy (porquinho da índia frito). Bom, esse último aí nem se poderia comer no Brasil acredito.

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Antichuchos sendo preparados na churrasqueira na Feira da Kantuta

Llama, uma carne muito deliciosa, por exemplo, eu nunca consegui comer por aqui, mesmo nos restaurantes peruanos.

Mas de resto, há muitas opções como o Pique Macho, um prato enorme com pedaços de carne bovina misturados com batatas, pimentão, tomate e cebola. Ou ainda o Silpancho típico de Cochabamba servido com um filé empanado muito fino, batatas e ovo frito.

Chicharrón: porco frito com milho e batata

Mas não resisti ao Chicharrón, clássico boliviano de carne de porco frita acompanhada de batata e milho. foi um prato que comi mais de uma vez em minha passagem pelo país andino.

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Chicharrón, clássico prato boliviano de carne de porco com milho e batatas

Na Kantuta, o Chicharrón ainda vem acompanhado do tradicional llajua, molho picante muito bom que dá uma incrementada no conjunto. Para harmonizar, nada melhor do que uma cerveja boliviana Paceña, também vendida por lá.

Milhos, batatas e produtos bolivianos

Um passeio pela feira revela bancas com diferentes tipos de milho. Isso inclui o roxo usado na chicha morada, uma bebida fermetada típica. Além disso, há batatas típicas dos Andes e produtos importados como chá de coca. Também é possível comprar artesanato, roupas, panos e outros itens.

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Milho roxo vendido em barraca na feira: ingrediente da clássica chicha morada

Aos domingos, cerca de 2 a 3 mil pessoas passam por lá para encontrar amigos, assistir apresentações de dança folclórica boliviana e ouvir música típica. No entanto, durante datas especiais, como o Carnaval Boliviano, o público pode chegar a 5 mil pessoas.

Vale a pena visitar a Feira da Kantuta?

Sem dúvida! A Feira Boliviana da Kantuta é uma das experiências gastronômicas e culturais mais autênticas de São Paulo. É passeio imperdível para quem ama comida de rua e cultura latino-americana

Mas me digam aí, vocês conhecem a Feira Boliviana, qual prato típico já comeram por lá?

Espero que tenham gostado da dica. Quando derem um pulo lá não deixe de falar pra mim como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos , aqui no blog ou nos comentários do canal no Youtube.

Quem estiver procurando outras dicas de bares e restaurantes em São Paulo dá um pulo na aba: comer e beber em Sampa

Endereço: Praça kantuta, 924 – Canindé. São Paulo / SP.
Horário: todos os domingos, das 11h às 19h.

Para saber mais: 
instagram.com/feirakantutaoficial.30

 Além das convesas com os comerciantes, para este texto utilizei as seguintes fontes de pesquisa:

gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/grande-sao-paulo-pode-ter-ate-500-mil-bolivianos

boliviacultural.com.br

blogkantuta.wordpress.com

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