O Jabuti Frutos do Mar consegue resistir fiel ao seu estilo simples e despojado sem muitos cuidados com decoração descoladinha ou frescuras semelhantes. Trata-se de um legítimo botequim-restaurante que me remeteu muito a alguns semelhantes no Rio de Janeiro. Conquistou-me de cara.
Mais ainda com a simpatia do garçom Gentil. O nome já diz tudo. Entre idas e vindas de chope, Gentil sempre ofertava sorriso, alegria e muitas histórias. Figuraça.
Alma portuguesa
A casa foi fundada em 1967 por um portuga e um brasileiro. Os dois de nome Antonio e ex-comandantes de outro tradicional botequim de São Paulo, o A Juriti, no bairro de Cambuci. Eu já estou me coçando de ansiedade para conhecer este também. Até porque muitos dos pratos servidos no Jabuti têm inspiração no outro boteco.
Esta minha passagem com a Silvia foi num dia de domingo, após um passeio de manhã no Parque Ibirapuera. Depois da caminhada, era hora de hidratar o corpo com chopes e ganhar energia com uns petiscos de boteco.
Acepipes do mar
A começar pelo Polvo a Vinagrete, um prato super tradicional do Rio de Janeiro e eu tenho encontrado com certa facilidade também em São Paulo.
Eu sou um devorador de polvo e simplesmente amo este acepipe em particular. Por isso tenho bastante experiência para avaliar a qualidade da opção, quando tenho a sorte de me deparar com uma. O Polvo a Vinagrete do Jabuti estava excelente! Sem deixar a dever em nada aos melhores do Rio.
Sardinha a Escabeche
A lista de palavras elogiosas a casa não se restringe apenas aos três primeiros parágrafos. Logo após detonarmos carinhosamente os tentáculos do molusco, partimos para uma meia porção (R$ 9,00) de Sardinha a Escabeche (ou Escabechi como o escrito no cardápio).
Outro prato que adoro e que tem variadas versões no Rio de Janeiro. Também estava muito bom. Bem leve e suave, o peixe veio acompanhado de cebolas.
A longa caminhada de nossa casa até o Ibirapuera, e depois até o Jabuti, fez com que a fome acumulasse o suficiente para seguir um pouco mais longe na seção de petiscos. Há coisa mais maravilhosa do que passar uma tarde de papo pro ar traçando um belisquete atrás do outro?
Após as sardinhas, resolvi arriscar (sempre na meia porção para dar espaço depois para outra) um misto de salmão e atum a Escabeche. Eu digo arriscar porque muitas vezes o atum e o salmão quando cozidos ficam excessivamente secos. Não o do Jabuti. Gostei dos dois também.
Não paramos por ai. Gentil contava a sua história de vida, sua origem na Bahia e os vários anos que já está em São Paulo. Além do seu desejo de visitar o Rio de Janeiro. Tava tudo muito bom, o clima do lugar é ótimo e seguimos com nossa jornada gastronômica de volta ao vinagrete.
Mexilhão a vinagrete
Desta vez Mexilhão. Nosso simpático garçom nos explicou que os frutos do mar servidos na casa vêm todos do litoral sul do Estado de São Paulo, da região da Cananéia e não de Santa Catarina (como é comum tanto na cidade de São Paulo e em muitos estabelecimentos do Rio). Fez um especial elogio aos mexilhões da região.
Eu particularmente gostei do tamanho, um pouco menores do que os criados em fazendas no mar de Florianópolis. Mexilhão tem de ter o tamanho exato de caber na boca e não ser um monstro. A prova de que tamanho muitas vezes não é documento, é o fato de aqueles moluscos menores estarem mais saborosos que os grandes de Santa Catarina.
Bolinhos de bacalhau
Ao virar de página, decidimos largar de mão as opções mais saudáveis e, como saideira para aquela tarde deliciosa, solicitar uma meia porção de bolinhos de bacalhau. Foi irresistível seguir com minha pesquisa de campo para avaliar quais os melhores bolinhos de bacalhau de São Paulo.
O servido no Jabuti tem formato charutinho, que eu cada dia mais admiro em detrimento do formato bolinho em si. Estava delicioso, mais puxado para o jeito de preparo carioca, com uma carga maior de tempero.
Isso agradou muito a Silvia, que andou a reclamar da leveza de alguns bolinhos de Sampa. Se o do Jabuti é o melhor da cidade, não sei dizer, mas está na minha lista de prediletos.
Após tantas e tantas linhas, já não era possível seguir com o texto. Para fechar a questão, um chope a mais e a despedida no garçom amigo Gentil, com a promessa de logo voltar ao Jabuti. É um fantástico botequim e um ótimo programa pós-parque.
Jabuti Frutos do Mar
Endereço: Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1315 – Vila Mariana. São Paulo (SP).
Horário: de terça à sábado das 11h30m à 23h. Domingos das 11h30m às 17h. Segunda das 11h30m às 16h.
Contatos: (11) 5549-8304
Para saber mais:
instagram.com/jabutifrutosdomar
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