Clássico bistro paulistano aberto em 1996, o pequeno e descontraído bistrô La Tartine entrou para minha lista de prediletos.
Coloco ele junto com outro francês que adoro em Sampa, o Le Jazz no bairro de Pinheiros. Há, no entanto, diferenças entre os dois. O Le Jazz faz mais o estilo elegante, enquanto o Tartine é mais despojado.
Silvia, minha esposa, me falou algumas vezes desta casa na Consolação. Demorou até finalmente dedicarmos um tempo para curtir o restaurante. A sensação depois de nossa agradável noite por lá foi de “Putz, como deixamos passar tanto tempo sem vir!”. Adoro sentir isso.
O grande barato me parece ser ficar a beliscar os aperitivos da casa e mesmo dividir um dos poucos pratos principais oferecidos no menu. É uma festa de entradas eternas, de onde não dá vontade de sair.
Sábado desses, após uma sessão de cinema no Conjunto Nacional, a oportunidade nos pareceu perfeita para uma esticada até lá.
Serviço atencioso, boa comida e preços justos
Ficamos boas horas de papo, depois de sentarmos junto a uma mesa aconchegante de canto no 1º andar. O clima é muito descontraído, a conversa em volume alto. O serviço extremamente atencioso. A comida boa e, melhor de tudo, a um preço bastante acessível.
A relação custo / benefício é realmente surpreendente, a ponto de eu considerar o La Tartine uma das casas com preços mais justos de São Paulo. Cidade, diga-se de passagem, que de maneira geral tem apresentado melhor equação do que o Rio de Janeiro.
O cardápio do La Tartine é enxuto. Os pratos principais não passam de três, que variam de acordo com o dia. Há algumas entradas, saladas e ademais a carta destaca as quiches e croque-monsieurs.
Mesmo assim, entre dois, é difícil cobrir tudo o que dá vontade de comer. A começar pelo croque-monsieur que um sujeito ao nosso lado apreciava com devoção. Tivemos de deixar esta pedida para outra vez e nos concentrar, entre outros, na quiche Lorraine – que a Silvia adora.
Os patês de entrada
Primeiro, no entanto, as entradas. Fiquei na dúvida entre o Paté Raul (de fígado) R$ 13,00 e o Paté Campagne (de pernil) R$ 13,00. No fim me inclinei mais à primeira opção, apesar da efusiva recomendação do garçom pelo Campagne.
Vendo o meu sacrifício de ter de excluir um dos dois pedidos, o simpático rapaz que nos atendeu disse que nos traria uma prova do de pernil. A prova, na verdade, foi um pedaço realmente camarada, quase uma porção oficial. Os dois patês, receitas da própria casa, estavam deliciosos!
Seguimos para uma segunda entrada: Petitis Toast de Chévre chauds (R$ 9,50). São seis canapés cobertos de um tipo de queijo cremoso de cabra. Gostoso, mas recomendaria para um grupo maior de pessoas como uma rapidinha, pois a quantidade de queijo de cabra nos pareceu um pouco enjoativa.
Rã à Provençal
Entre as opções do dia nos sobressaiu a Rã à Provençal, por R$ 21,00. Foi irresistível. Pedimos para dividir por dois, sem qualquer reclame por parte da equipe da casa. Logo uma dupla de rãs preparadas em molho à base de manteiga e azeite, alho, salsa e limão, postou-se diante de nós.
É sempre um enorme prazer ir destroçando, honrosamente, os pequenos animaizinhos de sabor tão característico, suave e gostoso. Foi mais uma boa pedida que só veio a comprovar como os preços no La Tartine são justos pelo que se oferece.
Enrolamos um pouco entre copos e conversas, Silvia nas taças de vinho branco e eu na cerveja, sem deixar de dispensar, no entanto, um último pedido: a quiche Lorraine. Minha esposa é mais fã de quiches do que eu, porém, essa em particular me agradou muito.
Uma vez mais dividimos o pedido. Ainda bem, pois nos foi servido dois grandes pedaços da torta, que para apenas uma pessoa faria às vezes de um prato principal. Para nós foi um substituto bem vindo de uma sobremesa, fechando uma noite irretocável no bistrô.
Croque-monsieur, na próxima você não me escapa…
La Tartine
Endereço: Rua Fernando Albuquerque, 267 – Consolação. São Paulo / SP.
Horário: de segunda à sábado das 11h30m às 15h e das 19h às 00h30m.
Contatos: (11) 3259-2090.
Para saber mais:
instagram.com/latartinebistrot
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Olá! Acabei de ver a sua opinião sobre o La Tartine. Estou nele nesse exato momento, em 2018. Não é a minha primeira vez aqui e, devo dizer, estou decepcionado. A primeira vez, quando conheci, foi exatamente como você descreveu aqui no seu Diário. Parece que, contudo, o tempo não fez bem ao bistrô. O menu continua, com poucas alterações, mas a qualidade está bastante comprometida. Atendimento não mais que razoável, as duas opções de prato o dia eram carne vermelha – o que me parece muito limitador – e, o mais decepcionante, foi constatar que o azeite que eles fornecem aos comensais não passa de um composto de óleo e azeite, o que foi confirmado pelo garçon. Não bastasse isso, quando pedi queijo parmesão, fui surpreendido por uma porção de queijo prato ralado. Minha constatação sobre o lugar é que, na tentativa de reduzir os custos, não tiveram o menor pudor em reduzir a qualidade, o que é facilmente percebido pelo consumidor. Em suma, fiquei bastante decepcionado.
Olá Marcos, tudo bom?
Agradeço pelo comentário. Uma pena mesmo que isto esteja acontecendo. Eu gostava muito de lá. Vou considerar o seu testemunho e deixar aqui o comentário de alerta para os meus leitores.
Abraços,