Oásis do Emir: a água de coco gelada e vista linda

Não estou aqui para falar de petiscos, de pratos, ou mesmo de sobremesas, mas sim do Oásis do Emir e sua maravilhosa água de coco. Não propriamente a água do coco, mas a vista por trás desta água. Das águas da Enseada de Botafogo, da Guanabara, do Rio de Janeiro.

Afinal, como bom carioca que sou, vez em quando tenho de dedicar umas linhas a minha querida cidade.

Aqueles que têm a sorte de morar perto ou frequentar o Aterro do Flamengo já conhecem bastante a chamativa figura de Emir Fayad.

Emir Fayad

O vendedor há dezessete anos para sua Kombi na altura do Monumento a Estácio de Sá. Lá oferta uma das águas de coco mais geladas e doces da cidade.

Bem verdade que a Kombi já não é a mesma , melhorou. O sucesso do negócio deu a este homem a oportunidade de trocar o velho furgão azul enferrujado por um modelo mais novo de cor branca.

Emir já teve lanchonete árabe em Copacabana, foi sócio de mercearia na Tijuca e trabalhou em frigorífico. Agora não quer saber de outra vida. Porque haveria de querer?

Afinal, seu escritório ao ar livre dá de cara com o monumental Pão de Açúcar. A renda do negócio, tirada com muito suor, também garante um bom sustento para a família.

Oásis do Emir
Emir já está a dezessete anos naquele ponto. Simpatia e bom papo

“Fala meu garoto. Anda sumido, hein!” Gritou ele para mim, como é costume fazer com os clientes. “Estou morando em São Paulo”, respondi.

Ele então me olhou com aquela cara de reprovação que 99% dos cariocas fazem quando eu digo que me mudei para São Paulo. Me retrucou com uma frase clássica: “É o trabalho, né?”.

Eu que já desisti de explicar que é possível um carioca gostar de Sampa (como eu gosto), sempre balanço o ombro e mudo o rumo da prosa.

Oásis no Aterro

Oásis do Emir, diz o cartaz ilustrado com o rosto do dono do pedaço, com seu sorriso e sua careca inconfundíveis.

Naquela quinta-feira de tarde eu estava acompanhado de meu irmão Tavo, um sortudo frequentador diário do Aterro e cliente do Oásis.

O nome descreve bem o que é aquele pedaço de Rio. Eu, que cresci e passei a minha vida inteira por ali, nunca deixei de ficar embasbacado com o visual. Agora que estou longe da cidade, quando retorno, eu acho o Pão de Açúcar uma obra simplesmente surreal da natureza.

Quase todos os passantes (a pé ou de bicicleta) falam com Emir ao cruzar por sua Kombi. Em tempos passados, o Oásis tinha cadeirinhas e por um curto período até uma churrasqueira discreta nos finais de semana.

A Prefeitura apertou o cerco e tudo hoje se restringe mesmo ao veículo e alguns isopores lotados de coco e outras bebidas. Vale dizer que Emir tem permissão para estar por ali. O negócio está nos trinques.

O vendedor não pode colocar mais as cadeiras, mas a Prefeitura também não pode impedir que os clientes de Emir tragam sua própria infraestrutura.

É assim que aos sábados e domingos é comum ver um grupo de amigos com cadeiras de praia por ali, a tomar uma gelada acompanhando o entardecer. Depois do cooper feito, nada como uma cervejinha para colocar a barriga novamente no lugar.

Melhor vista do mundo

Nós ainda estávamos num esquema mais saudável (até às 18h). Demos nossa caminhada e queríamos apenas nos hidratar com a sagrada água de coco. Três reais é o valor da bebida por ali. “Em Ipanema, neguinho já está cobrando cinco”, nos revelou o vendedor, que agora está importando a mercadoria do Rio Grande do Norte. É um longo caminho até ali.

Batemos um papo por uns minutos com Emir (que gosta de falar muito, principalmente de pesca) e fomos até a beira mar.

Uma brisa confortável de inverno batia sobre as amendoeiras. Não era preciso sombra, pois o sol das dezessete já não mais agredia. Refrescamos a alma com a água e ficamos em silêncio por uns bons minutos olhando o Pão de Açúcar. Falar mais o quê.

Oásis do Emir

Endereço: fica logo ao lado do Monumento a Estácio de Sá (Aterro do Flamengo, na altura da Avenida Rui Barbosa).
Horário: de terça a domingo das 7h às 18h (pode variar conforme o tempo e a temperatura).

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Encontre outras dicas de bares e restaurantes no Rio de Janeiro em: comer e beber no Rio

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