Antes de entrar no salão simples do Rong He já levava comigo a recomendação de três diferentes amigos, os quais o gosto eu confio, e uma enorme curiosidade e expectativa.
O restaurante chinês acumula bastante fama e filas na porta nos finais de semana. A decisão por ir num dia comum, portanto, foi muito acertada.
Na ocasião trouxe minha mãe para me acompanhar na experiência e fazer um passeio pelo interessante bairro da Liberdade. Dois meses em São Paulo e eu ainda não havia colocado os pés lá. Que absurdo!
Massa fresca, preparada na hora
A fama do Rong He passa antes de tudo pela massa, que é preparada na hora, bem aos olhos dos clientes. Estes, encantados, põem-se em frente à grande vitrine defronte a cozinha, donde é possível observar a equipe de chineses da casa com a mão no serviço.
Tudo é produzido ali mesmo, os bolinhos, o macarrão e outros tipos de iguarias a base da massa fresquinha. Eu fiz parte do grupo de turistas, a clicar a máquina sem parar, não tão rápido quanto à mocinha fazia pirotecnias ‘macarronescas’. Muito legal! Comida é entretenimento!
A massa é boa. Muito boa! Dá para sentir mesmo o seu frescor. Outro nível. Porém, como sempre digo, ainda tenho de rodar muito São Paulo. Dia sim, e outro também, algum conhecido recomenda um restaurante chinês. Ou seja, tem muita pauta por vir. Por enquanto vamos nos ater ao Rong He.
Demos sorte de pegar a casa vazia. O lugar é muito singelo, sem nenhuma pretensão decorativa. As paredes são coloridas e alguns detalhes, como leques que se compra na Rua 25 de Março, dão o toque chinês ao ambiente.
Arrumei uma mesa bem de frente ao palco, ou a cozinha. Os garçons vêm rapidamente atender, já com o cardápio na mão. Sinal de que estão acostumados ao grande volume de pessoas que enchem as mesas nos finas de semana.
Cardápio com muitas opções
Eu já tinha um prato na cabeça: ensopado. Mas há tantas opções! Ao longo da leitura do imenso cardápio fiquei tentado a pedir uma porção de entradas.
Meus olhos também vagavam na comida alheia e vi coisas enormes e maravilhosas como lindas travessas de Yakissoba. Só de vista verifiquei que não se trata de qualquer Yakissoba. Pelo tamanho, confirmei que o papo ali é sério e a comida muita. Dividir pratos, uma obrigação.
Não havia a menor possibilidade de pedir nem uma entrada só com eu e minha mãe para dar conta de tudo. Cheguei a sentir uma nesga de frustração. Mas para que tanta ansiedade menino! O Rong He é para se curtir várias vezes.
Quase não vale a primeira. Mentira, vale sim. Muito. Mas para se conhecer razoavelmente o cardápio, há de se voltar ao menos umas três. Que felicidade, ainda mais porque tudo ali é tão barato que chega a assustar!
Tive de dispensar entradas curiosas como Algas Marinhas Desfiadas, Lula Cozida com Pimenta, Pepino com Água Viva, um tentador Bucho Bovino Cozido ao Molho Shoyu ou ainda os diversos tipos de bolinhos interessantes.
Macarrão com carne, tendão bovino e caldo
O negócio era ser objetivo e cumprir o que eu tinha ido fazer ali naquele dia: ensopar-me. Assim fizemos. Deixei a escolha a cargo de minha mãe, que preferiu uma opção menos exótica: Macarrão com carne, tendão bovino e caldo. Ótima decisão!
Enquanto esperava a comida, pedi a cerveja chinesa Tsnigtao, na intenção de entender como alguém consegue beber aquilo lá. Não entendi, mas bebi.
Mesmo tendo observado o comer dos outros, a travessa de caldo nos assustou quando desceu sobre nossa vista. Junto com ela, os hashis e uma tesoura. Entramos, então, no estágio mais difícil do negócio. Não tinha pensado nisso: como os caras conseguem comer aquele ensopado com palito? É necessária uma pós-graduação em hashi para almoçar no Rong He.
Observamos um casal chinês comer ao nosso lado, mas eles devoravam o macarrão com tanta pressa e habilidade que era impossível entender o processo.
Bom, não me fiz de envergonhado e botei o palito na massa. Daí eu entendi a função da tesoura: cortar os longos fios de macarrão quando resgatados de dentro da vasinha. É claro que a nossa mesa virou um pântano cheio de cobrinhas de massa por todo lado. Aquilo estava muito divertido. Nós nos viramos bem com os palitinhos, com alguma sujeira, mas sem grandes problemas.
Comida confortável que o corpo agradeceu
Que delícia! Não só o fato de a massa ser fresca, mas o prato de maneira geral estava bem temperado, a carne (músculo bovino) se desfazia na boca. Muito gostoso. Comida confortável que o corpo agradeceu.
No fundo sente-se um quê de apimentado no prato, que vai aumentando conforme se devora. Para quem preferir se pode complementar o ardor com uma pimenta da casa, que é logo deixada na mesa assim que se senta.
Mesmo comendo muito, ainda deixei bastante coisa dentro da vasinha. O ideal, pelo visto, é ir ao restaurante com no mínimo quatro pessoas. Assim, pode-se provar uma entrada e dividir o ensopado, sem problema.
Satisfeitos, terminamos nossa passagem com um indispensável chá verde quente. Quando a conta chegou às minhas mãos tomei um susto: tudo deu R$ 45,00 com os 10%! Incluso as águas e cervejas tomadas. O ensopado custa R$ 21,00.
Falar mais o que: o Rong He reúne preço baixo, boa comida e entretenimento de montão. Mas lembre-se, para quem quiser ir durante os findes, preparam-se para a fila.
Rong He
Endereço: Rua da Glória, 622 A – Liberdade. São Paulo (SP).
Horário: Segunda a Sexta das 11h30m às 15h e das 18h às 22h. Sábado e Domingo das 11h30m às 16h e das 18h às 22h
Contatos: (11) 3207-1206 / (11) 3275-1986 / (11) 3208-0529
Para saber mais:
ronghe.com.br
Gostou das dica? Então der um pulo lá não deixe de falar pra gente como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos ou aqui no blog.
Encontre outras dicas de destinos em São Paulo em: comer e beber em Sampa
Esse é um dos restaurantes preferidos na Liberdade…comida boa a preço justo.
Tentei me conter mas não consegui ao ler “…a mesa virou um pântano cheio de cobrinhas de massa por todo lado”…rs….Depois de um tempo você acostuma com o hashis….
Abs
Oi, pessoal. Tudo bem?
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem. Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia
Olá para equipe do site http://www.viajenaviagem.com
Estamos muito felizes e honrados com a seleção do nosso texto para a seção Viajosfera.
Esperamos poder participar e colaborar mais com a página de vocês.
Um abraço,
Dé Comber
Conheci o Rong He em setembro do ano passado (2011) e foi, assim como para você, uma grata surpresa.
A simplicidade e o pragmatismo no atendimento, são rapidamente compensados pela comida excelente, variedade, qualidade e principalmente PREÇO.
Entrar lá e não comer uma porção (farta) de guioza, beber uma cerveja especial e experimentar um picolé “da terrinha” é um ultraje.
Na minha ultima estadia de 15 dias em SP, fui 2 vezes no restaurante e pedi por telefone numa terceira!
Abraços!