Uma jornada pela história do Virado à Paulista no Pé Pra Fora bar

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O Virado à Paulista é um prato tombado como patrimônio imaterial do estado de São Paulo

Segunda-feira é o dia em que é servido um dos mais relevantes pratos da gastronomia de São Paulo, o Virado à Paulista. E um dos locais onde você encontra uma ótima versão do prato na capital é no Pé Pra Fora, tradicional boteco da Avenida Pompeia, na Zona Oeste da cidade.

A composição padrão do que se entende hoje como o Virado à Paulista é: o feijão carioquinha engrossado na farinha, a couve manteiga, banana empanada, torresmo, bisteca de porco (para os cariocas, o carré), arroz e a linguiça. É possível que haja uma pequena variação de bar em bar, mas de maneira geral esses são os ingredientes do histórico prato.

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O detalhe do torresmo avantajado no Virado à Paulista do Pé Pra Fora

Quando se tem o Virado em nossa frente é difícil escolher até por onde vou começar a comer. Pelo torresmo ou o Tutu de feijão? A bisteca, ou a linguiça? Melhor deixar a banana para o final? Estou certo de que cada um tem , pois, sua maneira de devorar essa receita história.

No meu caso eu gosto de iniciar pelo torresminho e você? Melhor diria, um torresmão. O torremo do Pé Pra Fora é um delicioso tarugo. Só aí, então, dou cabo do feijão, da linguicinha… O Virado à Paulista é um baquete, para começar a semana muito bem alimentado.

Qual a origem do Virado à Paulista?

O Virado à Paulista é um das receitas mais tradicionais de São Paulo. O registro histórico remonta ao século XVII. Era um dos preparos então dos Bandeirantes durante suas discutíveis expedições pelo interior do Brasil.

Acredita-se que sua composição original era basicamente o toucinho de porco e o feijão engrossado na farinha de milho ou na farinha de mandioca. Hoje se usa mais comumente a farinha de trigo. Reza a lenda que os ingredientes chacoalhavam durante as longas incursões, dando assim origem ao nome Virado.

O Virado à Paulista é a síntese da diversidade cultural característica de São Paulo. A despeito da origem Bandeirante, o prato possui diversas camadas de influência como indígena, mameluca, negra-africana e portuguesa.

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Os torresmos na estufa do Pé Pra Fora, boteco tradicional na Avenida Pompeia

Outros ingredientes foram sendo assim adicionados, como o arroz, a couve, a banana, o ovo e a bisteca de porco. Os imigrantes italianos introduziram posteriormente o costume de servir a linguiça calabresa.

Chegamos assim ao que se hoje define como o Virado à Paulista. O tutu de feijão, arroz, bisteca, torresmo, couve, ovo frito, banana empanada e linguiça. Devido à sua importância histórica, o Virado à Paulista foi reconhecido como patrimônio imaterial do estado de São Paulo.

Afinal, por que em São Paulo o feijão servido é o carioca?

É um prato genuinamente paulista, até pelo tipo de feijão utilizado, o marrom que em Sampa chamam de carioquinha. No entanto, no Rio e em Minas, o tutu é feito com feijão preto, por exemplo.

O feijão em São Paulo recebe o nome de carioca porque sua cor se assemelha a da raça de porco caipira conhecida como Carioca, cuja criação é comum em todo estado. Nada com o Rio de Janeiro. Pois, como todos sabem, o carioca gosta de feijão preto e não de feijão carioca.

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A varanda do Pé Pra Fora, boteco na Avenida Pompeia, Zona Oeste de São Paulo
Por que se serve Virado à Paulista as segundas-feiras?

O calendário dos pratos do dia é uma tradição de diferentes cidades brasileiras, que tem cada uma sua própria agenda. Esse modelo simplifica a logística de compras dos estabelecimentos e os próprios clientes, que assim já sabem o que o boteco servirá dependendo do dia da semana.

Mas segundo o pessoal de São Paulo, o prato acabou ganhando a segunda-feira pois não há maneira mais paulista do que começar a semana Virado. Eu particularmente adoraria comer um Virado nos finais de semana também.

Pé Pra Fora, um boteco tradicional de São Paulo

Boteco com longa história, o Pé Pra Fora Fora foi aberto em 1970. O nome é uma brincadeira, porque a maioria das mesas estão ao lado de fora do salão, na área de varanda. Portanto, os clientes ficam com o Pé Pra Fora.

A receita de Virado à Paulista , pois, é um dos destaques do cardápio, recebendo até uma menção no programa da Ana Maria Braga. Outro prato todavia famoso é a Feijoada, que em São Paulo entra no calendário botequeiro as quartas e aos sábados. 

Endereço: Avenida Pompéia, 2517 – Sumarezinho. São Paulo / SP
Horário: de segunda a sexta das 12h às 23h. Sábados, domingos e feriados das 12h às 19h.
Contato: (11) 3672-4154

Para saber mais:
pepraforabar.com.br
instagram.com/peprafora_bar 

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Encontre outras dicas de bares e restaurantes em São Paulo em: comer e beber em Sampa

 

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