Já tinha ouvido falar muito bem sobre o Da Gema, de fontes que prezo, e havia algum tempo estava ansioso para conhecer o bar. Isso quase dois anos depois de sua inauguração. Um ponto em comum entre todos os comentários que escutei, e li, sobre a casa é o elogio a cerveja gelada. Realmente fantástica! Naquele dia quente, a bebida desceu como um líquido sagrado por minha garganta (como se fosse diferente em todos os outros dias…).
Uma ótima seleção de sambas rolava nas caixas de som do lugar, num volume bem acertado. Silvia e eu logo nos aconchegamos nas cadeiras de madeira enquanto escolhíamos umas opções de petiscos, entre tantas que nos pareceram interessantes.
De início fiquei um pouco intimidado com a figura corpulenta do garçom, a impressão não demorou a mudar assim que ele se apresentou – sorridente e com voz firme: “Pedro”. Trabalhando no bar desde o dia de inauguração, em fevereiro de 2009, Pedro se revelou um personagem simpaticíssimo e muito atencioso. No final de nossa experiência, já estava sentado, comendo seu almoço na mesa ao nosso lado, e falando sem parar – e com orgulho – daquele botequim especial.
Lasanha de jiló e bolinhos de vagem
Quanto às comidas, abrimos os trabalhos com uma lasanha de jiló (R$ 5,00) – lâminas de jiló intercaladas com queijo e pedacinhos de linguiça. A Silvia achou que tinha mais gosto de linguiça do que de jiló. Eu gostei, mas de fato achei a quantidade de linguiça e jiló um pouco desequilibrada.
Seguimos com os bolinhos de vagem (cinco por R$ 6,50). A porção foi uma boa surpresa. O bolinho é leve, com recheio a base ovo e pedacinhos de vagem. Bom para beliscar sem se empanturrar demais e muito barato.
Pedro, certa hora, me sugeriu, com ênfase, que eu provasse o pastel de feijão (R$ 3,50). “Um sucesso”, segundo me revelou. Solicitei um, que rapidamente veio a minha presença. Já gostei do formato quadrado, fora de padrão. Ao provar, pude constatar o motivo do sucesso. Massa levíssima e feijão carregado na carne. Praticamente um pastel de carnes de feijão. Muito bom e sem exageros.
Quatro amigos estudantes de gatronomia
A história do Da Gema começou com quatro amigos, que abriram o bar logo após se graduarem no curso de gastronomia da Estácio. Admiradores de botequins, todos tinham o desejo em comum de montar sua própria casa, dando uma leitura personalizada aos pratos típicos deste estilo de bar.
O negócio pegou de cara, a casa ganhou prêmios, fez e faz sucesso. Dos quatro sócios, ficaram três: Leandro (com quem eu tive a oportunidade de conversar aquele dia) Luisa e Carlos. Todos os pratos foram elaborados por eles e a cozinha é comandada, também, pelos próprios.
Os sócios fazem parte de uma nova safra de empreendedores que aos poucos trazem para o meio gastronômico carioca uma releitura do botequim. De um lado valorizam a comida, com experiências bem estudadas, demonstrando que esse tipo de estabelecimento oferta, sim, boa gastronomia e pratos elaborados. Além disso, podem e devem ser bem cuidados. Não precisam, portanto, serem sujos e com o banheiro fedendo a xixi.
Estilo próprio de ser boteco
Por outro lado, os sócios do Da Gema também não caíram na esparrela de montar a casa como todo mundo faz, ao estilo new-botequinesco pasteurizado – como uns bares que existem por aí. Quem inventou que precisa ser pasteurizado, com azulejos e toda parafernália ‘fake’?
O Da Gema é uma demonstração de que não é preciso inventar muito, ou copiar, para se fazer um botequim limpo, descente, com ótima comida e charmoso a sua maneira. É um lugar de ambiente muito simples, informal e funcional. O que realmente importa está ali no cardápio, os petiscos e a cerveja bem cuidada – e impecavelmente gelada.
Se o sol forte e o trânsito àquela hora não eram propriamente agradáveis, ao menos o fato da casa estar mais vazia nos proporcionou a chance de conhecer melhor a equipe e conversar com os sócios. Isso porque segundo o garçom Pedro, no início da noite, o bar tem lotado praticamente todos os dias.
Anguzinho com Rabada
Continuamos nossa aventura pelo cardápio do botequim pedindo um Anguzinho com Rabada (R$ 13,00). Veio um pote grande, que impõe certa disposição aos seus solicitantes. Sem hesitar, esvaziamos a cumbuca com o trabalho árduo, mas prazeroso, de diversas colheradas. Achei muito bom, apenas poderia vir um pouco mais de rabada. Até porque ela estava deliciosa, macia e bem temperada.
Como eu gostaria de poder ter comido mais! Porém não dava. Com mais umas duas pessoas, é possivel dar cabo à missão de seguir nas provas. Foi um programa muito em conta, com boa comida e a simpatia da equipe. Resta mesmo parabenizar esse grupo empreendedor que montou a casa, pois conseguiram dar vida a um grande botequim.
A impressão que me dá é de que o Da Gema já nasceu pronto. Ou como bem disse meu amigo Juarez Becoza, em sua Coluna Pé Sujo, no O Globo, o Da Gema é “Um clássico recém nascido”. Despedi-me do garçom Pedro e dos sócios Leandro e Luisa, esperando logo voltar e seguir com minha exploração dos petiscos da casa. Eu recomendo muito.
Da Gema
Rua Dona Zulmira, 134, Maracanã – Rio de Janeiro / RJ.
Horário: terça a sábdo das 17h às 23h. Domingo das 11h às 17h
Contato: (21) 3549-0857
Para saber mais:
instagram.com/bardagema
Gostou da dica? Então quando der um pulo lá não deixe de falar pra gente como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos ou aqui no blog.
Encontre outras dicas de bares e restaurantes no Rio de Janeiro em: comer e beber no Rio
O "Da Gema" é bom de mais da conta Sô.
Pena que não exista uma filial na Barra, pois me mudei há pouco e não tenho ido à Tijuca.
Henrique Godoy
Respondendo a Fernanda:
Como disse ao Carlos, meu desejo é ir ao Da Gema logo, logo. Em tal oportunidade, seguindo a sua sugestão, provarei o torresmo. Obrigado pela dica.
Respondendo ao Carlos:
Desejo voltar ao Da Gema logo, logo. Estou curioso para conhecer o novo cardápio. E ainda nem dei conta do antigo! Agradeço muito o convite para realizar uma publicação em seu site.
Sou amiga e apreciadora da amizade, qualidade e bom atendimento do Da Gema. Para quem ainda não experimentou, provem o torresmo, é de cair babando! O pastel de feijoada para mim é um dos melhores, com a pimentinha deles, então!!!! E a cerveja, pois é…. digna de aplausos. Qto às cachaças, não sou fã, mas quem aprecia reconhece a variedade e qualidade.
Att, Fernanda Marcial
Assessoria Jurídica & Produção Cultural
http://www.fernandamarcial.com.br/site
caro andré meu nome é carlos e sou um dos socios do bar da gema. agradeço as palavras gentis e a c´ritica e espero que vc volte ao bar ainda no final deste ano para experimentar o novo cardapio que está sendo elaborado. avisaremos quando estiver pronto. tambem lhe convido se te interessar a postar alguns textos na area de convidados do meu site se te interessar. http://www.carlosbrasil.com.br abçs
Como você escreve bem, Dedé! E suas dicas são ótimas.
Bj
Lia
Quero ir lá contigo