Caldos e Sopas é o nome da barraquinha. É melhor definida como um carrinho especial com um forno a gás de bujão acoplado, onde cabem quatro grandes panelas aquecendo de uma vez. Ao seu redor, uns banquinhos de plásticos e recipiente para bebidas. Além de panelas apoiadas no banco de cimento da rua.
Na verdade o nome completo é A & C Caldos e Sopas. O A é de Alice e o C de Carlos. Alice vem a ser a irmã de Carlos e a cozinheira por trás do negócio. Carlos, o gestor. No entanto, Alice só fica na cozinha. Para auxiliá-lo no dia a dia, Carlos conta com a sua esposa Sônia. Foi ela quem primeiro, e muito educadamente, me atendeu na quinta à noite.
Veio logo me dizendo as opções do dia, tantas que fiquei confuso e pedi para repetir com calma. “Angu à Baiana, Sopa de Ervilha, Raízes, Mocotó e Bacalhau Desfiado com Catupiry, mas o bacalhau só tem um resto”.
Rua Voluntários da Pátria
Joguei a minha mochila no banco de cimento. O trânsito na Voluntários ainda estava forte. Dialogar com alguém ali, só mesmo no intervalo entre a passagem dos ônibus. Com a barraca cheia, Sônia conversava com três pessoas ao mesmo tempo, entregando sopa para um, pegando o dinheiro de outro, enquanto seguia explicando para mim sobre a composição de cada um dos caldos do dia.
Fiquei na dúvida, queria comer o angu, pensei em provar a Sopa de Ervilha, mas pedi o Mocotó pequeno. Estava gostoso! Melhor ainda quando adicionei uma pimenta forte e saborosa deixada para deleite dos bravos junto das panelas. No tempo de algumas colheradas, diversas pessoas pararam para pegar uma porção de sopa por ali. Gente de tudo que é tipo, vestida de todo jeito e de todas as idades.
Os banquinhos de plástico, que até então estavam ocupados, vagaram. Corri para sentar-me em um deles, onde era melhor seguir com a minha refeição, já que podia apoiar o prato fundo de plástico sobre a barraca.
Neste momento o movimento caiu um pouco, dando-me a oportunidade de conversar com mais calma com a Sônia e o Carlos. O casal já está naquele ponto há quatro anos. Eu tenho dois morando no bairro de Botafogo e perdi esse tempo todo para conhecê-los.
Carlos me parece uma pessoa empreendedora e antes mesmo de eu começar a perguntar sobre o funcionamento do negócio, me entregou um flyer na mão com todos os detalhes, horário de funcionamento e as opções de caldos de segunda à sexta.
Entre caldos e sopas, os clássicos da gastronomia carioca
O cardápio muda todo dia, com exceção do Angu à Baiana e a Sopa de Ervilha, servidos durante toda a semana, e o Caldo Verde (segundas e terças). Segundo Carlos, o dia de movimento mais forte é na sexta, principalmente de clientes atrás do Bobó de Camarão e o Estrogonofe de Frango. Um sucesso, como destacou.
Na média chegam a circular 100 pessoas diariamente que consomem cerca de sete panelas de caldos e sopas por dia. Ou seja, praticamente todo o estoque disposto para venda. É por isso que, apesar de indicarem o horário de funcionamento das 18h às 0h, Sônia me disse que costumam ficar abertos até umas vinte duas e meia, quando as sopas começam a acabar.
Depois de terminar, bem feliz e suado com o meu prato de mocotó, Carlos fez a gentileza de me oferecer uma prova do Raízes (batata-baroa, cenoura e frango desfiado). Achei uma mistura interessante. O caldo caiu bem na temperatura mais amena daquele dia. No entanto, o clima não parece afetar o movimento que apesar de apresentar uma queda, continua forte no verão – mesmo no calor.
Sônia me falava dos turistas de albergues próximos que começaram a frequentar também o ponto, quando um cliente especial chegou atrás de sua sopa. Era o Zeca, um lindo Golden Retriever que parou ao meu lado em busca da encomenda. Ela já estava lá, separadinha para ele.
Frequentado por gente de toda a cidade
Segundo Carlos a fama do lugar espalhou-se no boca a boca e hoje o ponto é frequentado até por gente de outros bairros. São clientes em sua maioria já fiéis, que dividem-se quase igualmente entre os que param para comer por ali e os que passam e levam as sopas e caldos para casa. Os valores variam de R$ 5,00 a R$ 8,00, com opção do tamanho pequeno e grande. Em caso de viagem, acrescenta-se R$ 0,50 (fazem entregas a domicilio na área de Botafogo).
Por dia, são cinco variedades de caldos e sopas. Além dos pratos de quinta e sexta, os quais eu já me referi mais acima, nos outros dias da semana destacam-se: na segunda o Creme de Abóbora e o Cassoulet; na terça o feijão amigo e a canjiquinha e na quarta a Vaca Atolada e a Dobradinha. Não funcionam nos finais de semana. Parece que eu terei de ir nos outros dias para fazer umas provas.
Bom, depois de bater papo mais um pouco com o simpático casal, e de tirar um intervalo do mundo, agradeci a cortesia oferecida e paguei R$ 5,00 pelo Mocotó. Era hora de voltar para casa.
Caldos e Sopas
Endereço: Esquina da Rua Voluntários da Pátria com Rua Dona Mariana – Botafogo. Rio de Janeiro (RJ).
Horário: entre segunda e sexta das 17h até as 23h.
Gostou da dica? Então quando der um pulo lá não deixe de falar pra gente como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos ou aqui no blog.
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MARAVILHOSO!!! Não tenho outra forma de expressar o quanto valorosa foi esta leitura. Não sei se você tem noção do quanto ajuda outras pessoas a encontrarem seu caminho neste mundo desumano dos negócios. Depois de muitos anos de profissão e muito trabalho( Já ocupei cargos de Gestão Pública, coordenações, docência superior…) hj tenho certeza que quero fazer algo diferente de tudo que sempre fiz. Uma vez, em viagem de trabalho à João Pessoa, conheci uma casa de sopas , achei a idéia maravilhosa e hj penso seriamente em abrir um negócio deste pra mim e minha família. Liguei o computador em busca de uma inspiração e tive esta grata orientação. MUITO OBRIGADA!!!
Estou estudando a possibilidade de montar um negocio de caldos e sopas,adoro cozinhar, e gostaria de colocar meus conhecimentos em pratica, procuro unir o util ao agradavel,e consegui realizar meus sonhos,nao conheço a palavra preguiça e medo,a sua reportagem so me deixou mais animada,
Obrigada!!!
boa tarde!!
achei super interessante essa reportagem,eu tenho curso de culinária no senac
e estava afim de montar algo,mas a grana estava pouca e vi que o ramo de caldos e sopas era
uma grande chance de eu começar.lendo essa reportagem fiquei muito empolgado e estou montando meu negócio e em breve entrarei em contato para informar como anda as coisa
um abraço a todos!!!
eu fiz um curso de empreendedorismo no sebrae e agora ta na hora de testar o meu conhecimento,lhi atentamente a sua reportagem sobre o caldo de esquina,e me interessei mas ainda pelo negocio.que sem duvidas e bom e lucrativo…,to montando o meu,e assim que tiver funcionando,mandarei imagens,comentarios de clientes e um convite para vc experimentar e divulgar o meu negocio.”sopas e caldos”,um abraco…///
Se alguem se interessar,eu fabrico os carrinhos de sopas e caldos,inclusive estou fabricando um carrinho maior para o Carlos da reportagem acima,meus tel:(21)3905 8698 ou 7748 5177.sergioValeu pessoal e boa srte para todos.
Boa tarde Sergio, quanto custa esse carrinho de sopa?
Oiii!! Hoje passei por duas barracas de sopas e caldos e cheguei em casa direto para o not com o objetivo de buscar informações sobre o assunto, eu Amo cozinhar e sempre busquei alguma forma de ganhar um dinheiro extra, aí encontrei você!! Muito bom o texto, você conseguiu me deixar ainda mais empolgada! Acho que existe alguns itens importantes, higiene, sabor, simpatia, variedade… Isso eu tenho certeza que tiro de letra, mais o meu maior receio é o ponto!
Para as pessoas que assim como eu estâo interessadas, o preço da barra varia entre R$2.000 a R$2.5000. Para alcançar o sucesso ou conquistar algo é preciso correr riscos!!! Abraços! Saúde e Sorte!
Olá, bom dia!
Parece brincadeira mais não é não. Já trabalhei durante muito tempo em barracas de lanches e achava que deveria ter outra profissão, então, estudei e hj sou tecnico em segurança do trabalho, contudo estou deixando a profissão após 8 anos de experiencia porque tenho certeza absoluta que o meu ramo é barraca de caldos e lanches em geral. Me sinto muito bem e com uma paz interior indiscritivel quando estou atrás de uma barraca que…sem comentários. Me identifiquei demais com o casal.Abraços e foi muito bom ler essa reportagem.
Legal Anderson,
Dou a maior força para seus planos e desejo muita sorte para você. Quando já estiver com a barraca pronta avisa pra gente dar um pulinho e provar o caldo.
Abraços,
Dé Comber
Estou querendo montar um negócio neste ramo egostei muito da reportagem. Por favor, me diga como eles estão hoje? Parabéns, me senti bastante motivada em criar meu negócio no ramo de sopas e caldos, aqui em salvador.
Passei na esquina da Rua Dona Mariana com Vol. da Pátria na semana passada e o negócio segue de vento em poupa. É um ponto realmente popular ali em Botafogo. Para mim uma reunião entre a simpatia e carisma do casal e a qualidade dos caldos servidos. Dou a maior força para ti e espero ter a oportunidade de retornar a esta terra querida que é Salvador – terra de minha família e a qual para minha infelicidade estou a tanto tempo ausente – para fazer uma reportagem contigo depois que você montar o seu negócio.
Agradeço pelo comentário e espero te ver novamente por aqui no Diários Gastronômicos.
Abraços,
Dé Comber