O A Juriti, na região do Cambuci, é a própria definição de boteco local, frequentado basicamente pelas gentes da área. É o típico botequim de bairro, preservado como tesouro pelos moradores de uma comunidade. Esses são os que mais me encantam.
Não posso dizer que o A Juriti seja tão desconhecido assim, pois faz tempo que está nas bocas do povo que curte um boteco em São Paulo. É um clássico da cidade.
Primo do Jabuti
Pode-se dizer que esse boteco do Cambuci é primo-irmão do Jabuti, na Vila Mariana. Os fundadores portugueses do A Juriti passaram o ponto para sócios conterrâneos para abrir o bar da Vila Mariana.
Os dois botequins têm alguns itens do cardápio bastante semelhantes, principalmente os petiscos de peixes e frutos do mar dispostos ao longo do balcão.
Ambas conquistaram minha atenção pela maravilhosa simplicidade, o estilo despojado, o atendimento pessoal (sem aquela frieza de equipe treinadinha) e a comida boa a preços bastante justos.
Boteco histórico de São Paulo
Inaugurado em 1957, o A Juriti mantêm muito de seu ambiente original, o que dá um toque bastante especial ao espaço. Estou certo de que suas mesas vintage fariam bastante sucesso em feiras de móveis antigos como a do Bixiga. Eu fiquei louco por elas.
O longo balcão, seu jeitão antigo, modesto e o público local nos fazem logo nos sentir aconchegados por ali. Com minha esposa eu arrumei um cantinho no mezanino e até agradecemos a forte chuva que desabou sobre o bairro assim que entramos no bar. Uma boa desculpa para ficar por ali até o aguaceiro passar.
As ruas secaram e nós ainda estávamos por lá. Passamos por alguns petiscos, a começar pela codorna, gostosa, mas quase para apenas coçar a garganta.
Depois fomos para a rã a milanesa, uma iguaria tradicional servida em muitos botequins de São Paulo. Estava fantástica! Nunca vi uma tão carnuda e saborosa.
Dispensaria apenas os bolinhos de bacalhau, em formato charuto, que solicitamos logo em seguida. Uma decepção, eu tenho de confessar. Moles e frios, eu desconfio que tenham sido resgatados do balcão, após algumas horas ali expostos.
Joana D´arc, a calabresa no álcool
Este deslize foi rapidamente recompensado pela porção de uma tentadora e deliciosa Linguiça Calabresa assada no álcool (R$ 18,00), de nome Joana D´arc. É o carro chefe da casa.
São Paulo, de maneira geral, vem me revelando uma dimensão muito mais interessante deste típico embutido nacional do que eu estava acostumado no Rio. Apesar do nome, a calabresa é uma invenção brasileira.
No A Juriti a Calabresa afogada no álcool tem sabor suave e pouca gordura, só o suficiente para dar mais corpo ao conjunto. Não é ressecada e acompanhada de uma cestinha de pão francês é quase uma perfeição.
Tivessem alguns amigos em nossa companhia, de certo seguiríamos mais tempo a explorar o extenso cardápio de petisco (são mais de cinquenta opções!), nos aventurando nos frutos do mar e peixes como a Sardinha a Escabeche, o Marisco (mexilhão) e Lula. Imediatamente após esta experiência, incluí o A Juriti no mapa de meus clássicos prediletos em São Paulo. Um bar para ver, viver, voltar e preservar.
A Juriti
Endereço: Rua Amarante, 31 – Cambuci. São Paulo (SP)
Horário: terça e quarta das 13h às 22h. Quinta e sábado das 13h às 23h30. Sexta das 10h30m às 23h. Domingo das 10h às 18h.
Contatos: (11) 3207-3908
Para saber mais:
facebook.com/ajuriti
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Encontre outras dicas de bares e restaurantes em São Paulo em: comer e beber em Sampa
Pois é Dé, fazia tempo que eu não comentava. Mas tô sempre lendo! Hehehe
Sampa tem muitas aventuras gastronômicas para serem feitas… Ia te indicar o chopp do Bar Léo e os acepipes do Pirajá, mas tu já foi em ambos 🙂
Não sei se eu pulei algum relato, mas não recordo de ter lido nada sobre o Mercadão… Quando for, além do Sanduba de Mortadela e do Pastel de Bacalhau, prova a empada da Casa Godinho (se sobrar espaço…hehehe)
Outra dica: Vale a pena uma ida no Izakaya Issa, na Liberdade, pra provar o Takoyaki e o Okonomiyaki.
Abraço do Sul,
Otto
Valeu pelas dicas!
Abraços.
Excelente relato, André! Rã é uma iguaria que ainda não experimentei…
O texto tá meio bagunçado (o último parágrafo deveria ser mais no meio…certo?)
Abraço do Sul,
Otto
Fala Otto. Tem tempo que não te vejo comentar por aqui! Você deve ter lido logo que eu publiquei o texto, realmente haviam dois parágrafos fora de lugar. Isso ocorreu na hora que estava arrumando as fotos. Já consertei. Valeu pela observação.
Este boteco você iria curtir. Bem bacana.
Abraços,
Dé Comber