Se você gosta de bares históricos, conhecer, ou redescobrir, o lendário Bar Léo no Centro de São Paulo é fundamental. Fundado em 1940, o local carrega mais de 80 anos de tradição, sendo referência em chope bem tirado e em petiscos de inspiração alemã que marcaram a botecagem paulistana.
Nesta visita, além de provar alguns clássicos do cardápio, eu conto curiosidades e até polêmicas da história do bar.

O chope mais famoso do Centro de SP
Assim que cheguei, encostei a barriga no balcão e pedi o tradicional chope Brahma da casa, cremoso e servido com maestria. O Bar Léo sempre foi referência na arte de tirar chope, a ponto de a posição do chopeiro ser tratada como uma espécie de “trono”.
O segredo está na forma de servir: o chope é tirado em camadas, decantado e repassado até ganhar aquele colarinho espelhado e leve que o tornou famoso.
A polêmica do chope falso
Mas nem tudo são flores na história do bar. Em 2012, passando por dificuldades financeiras, o boteco foi fechado sobre a acusação de que vendia chope Ashby, uma marca mais barata, no lugar do chope Brahma, no que ficou conhecido como o escândalo do chope falso.

Não há dúvidas que esse fato arranhou a reputação do Léo, que ficou ameaçado seriamente de encerrar pra sempre as atividades.
A retomada do Bar Léo
Mas o local foi salvo num acordo de arrendamento costurado entre os donos do Bar Brahma junto com a Ambev. A nova gestão ficou responsável por uma injeção financeira e pela parte administrativa.
No entanto, mantiveram a equipe de garçons, já muito ligados à casa e conhecidos da clientela. Assim como o cardápio alemão tradicional, bem como toda a decoração original do bar. Foi um renascimento de um mito.

Os clássicos canapés do Bar Léo
Entre os petiscos mais célebres do Bar Leo estão os canapés, talvez o prato mais icônico da casa. Tão marcantes que inspiraram outros bares a criarem versões próprias “à la Bar Léo”.
São quatro sabores no cardápio, e você pode escolher até dois na porção (R$ 54,00): Linguiça Blumenau – embutido defumado de Santa Catarina, de sabor marcante e cremoso; Hackepeter – carne crua temperada, semelhante ao steak tartare; Rosbife – clássico e bem executado e Rococó – combinação de queijo gorgonzola e copa. Minha escolha foi a dupla linguiça Blumenau e Hackepeter. Com chope, é combinação imbatível.
Ao invés de me sentar, resolvi curtir os canapés ali no balcão, observando o movimento dos clientes, o entra e sai. É um dos locais mais legais de ficar ali junto a porta. Na realidade, muitas vezes você acha que não há mesas disponíveis na parte interna, de tanta gente que curte tomar umas por ali na porta. Um exercício até mais comum no Rio, de beber em pé.
A história do Bar Léo

O bar foi fundado em 1940 pelo alemão Leonhard Vogel, mas o nome veio depois, quando o local foi comprado por seu Leopoldo. Inicialmente conhecido como “Bar do Alemão”, o nome foi trocado para evitar problemas durante a Segunda Guerra Mundial.
Hoje, o Bar Léo segue como símbolo da boemia paulistana, fiel ao seu endereço original na esquina da Rua Aurora com a Rua dos Andradas.
Tentativa de expandir a marca
Após a reabertura do bar, os gestores resolveram tentar ampliar o negócio. Então eles abriram uma filial na Vila Madalena e até uma no centro do Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor.
O endereço do Rio de Janeiro até começou bem, mas daí veio a pandemia e o negócio deu para trás. Como aliás deu pra muitos bares e restaurantes. A filial Carioca acabou fechando de vez, assim como a da Vila Madalena.
Creio, no entanto, que a essência do Bar Léu sempre esteve no Centro de São Paulo. Eu não sou contra redes de bares. Acho que faz parte do meio da gastronomia e tem gente que faz isso muito bem como, por exemplo, acontece com o Pirajá em São Paulo e a Rede Belmonte no Rio de Janeiro.
Por outro lado, porém, acho que esses botecos muito tradicionais sempre tem uma ligação muito forte com o local de origem. No caso do Bar Léo, a esquina da Rua dos Andradas e a Rua Aurora em Santa Efigênia.

Joelho de porco à passarinho
Apesar de ter planejado provar o bolinho de carne, não resisti ao joelho de porco à passarinho (R$ 85,00).
Defumado, frito em cubos crocantes e servido com chucrute e pimenta malagueta, é daqueles petiscos que surpreendem pelo sabor intenso. Uma versão ousada do clássico “à passarinho”, geralmente feito com frango. Gostei bastante
Schnitzel alemão à moda paulistana
Terminei minha deliciosa passagem, diria redescoberta do Bar Léo, com um último pedido: o Schnitzel de copa lombo (R$ 45,00), versão inspirada no prato austríaco original, mas feita com carne de porco. Empanado e crocante, é um petisco que combina perfeitamente com a proposta da casa e os chopes gelados.

Vale a pena visitar o Bar Léo?
Sim! O Bar Léo é um mergulho na história da boemia paulistana, com chope cremoso, atendimento atencioso e petiscos que unem tradição alemã e alma de boteco.
Como falei no início, pra quem curtes bares antigos, e comida alemã, ele é parada obrigatória no Centro de São Paulo.
Mas me digam aí, vocês conhecem o Bar Léo, qual o petisco predileto de vocês por lá?
Espero que tenham gostado da dica e quando derem um pulo lá não deixe de falar pra mim como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos , aqui no blog o nos comentários do canal no Youtube.
Quem estiver procurando outras dicas de bares e restaurantes em São Paulo dá um pulo na aba: comer e beber em Sampa
Bar Léo
Endereço: Rua Aurora, 100 – Centro. São Paulo / SP.
Horário: de segunda à quinta das 12h às 20h. Sexta das 12h às 21h. Sábados das 10h às 17h.
Contato: (11) 94745-8186
Para saber mais:
instagram.com/barleooficial
barleo.com.br

