Bar Sabiá, ponto de parada tradicional na Rua Purpurina

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Bar Sabiá, ponto de parada tradicional na Rua Purpurina

O BAR SABIÁ ESTÁ PERMANENTEMENTE FECHADO. TEXTO MANTIDO COMO MEMÓRIA GASTRONÔMICA PAULISTANA. O BAR SABIÁ FOI UM BOTECO FAMOSO DA VILA MADALENA.

Tinha tempo que paquerava o Bar Sabiá na Rua Purpurina. A passagem de meu amigo Pedro pela cidade me serviu de gratificante desculpa para subir até a Madalena, finalmente conhecer a casa e fazer chover cerveja.

Na segunda-feira à noite uma frente fria ensaiou uma garoa depois de mais de 40 dias sem ao menos cair um pingo d´água sobre o solo árido da cidade de São Paulo. A pouca chuva estava longe de ser suficiente para acalmar a secura do inverno. Só mesmo um chope gelado para dar alívio à garganta seca.

Bar Sabiá
A estante iluminada e o quadro com o horário de funcionamento
Chope Eisenbahn

Não poderia ser um dia mais oportuno, pois o estabelecimento naquela segunda ofertava uma promoção do chope Eisenbahn: dois por um de qualquer dos três estilos – Pilsen, Pale Ale e Dunkel.

A ótima impressão que fiquei da casa começou justamente na qualidade da tirada do chope. Supercremoso! Entre os três da Eisenbahn o que mais me encantou foi o Pale Ale, mas o Pilsen também impôs respeito.

Bar Sabiá
A casa oferta três estilos do bom chope Eisenbahn com uma tirada impecável

Fizemos várias rodadas variando os sabores enquanto curtíamos a excelente seleção musical do bar, samba de raiz muito bem mandado e num volume perfeito. Sem atrapalhar o ânimo de nossa conversa.

A música faz parte do pacote de excelência da casa. Inclusive o bar é conhecido pelos dias de “Batuque da Cozinha”, em que músicos são convidados para prepararem quitutes ao público. Legal!

Botequim elegante

Gostei do ambiente. É elegante, amplo e limpo. O que não impede de o bar ter um astral gostoso de botequim. Tem um quê de informal, sem pender a bagunça.

As grandes janelas de vidro permitem alongar a vista e nos fazem sentir como se estivéssemos a beber na calçada. Sem o inconveniente do barulho e a fumaça dos canos de descarga dos carros.

Bar Sabiá
O Cabrito à Passarinho (R$ 40,00). Muito boa pedida, mas um pouco caro pelo tamanho

Há muitas coisas interessantes e diferentes no cardápio, que faz um passeio pela comida tradicional botequineira e ao mesmo tempo inclui um ou outro aperitivo mais elaborado.

Lá é possível apreciar Moela (R$ 15,00), Fígado de Frango com Jiló (R$ 22,00) ou Língua de Boi (R$ 20,00). Quem preferir pode optar por um Caldinho de Abóbora com Curry, Leite de Coco e Gengibre. Ou sanduíches como o de Filé à Milanesa e de Pernil com Cebola Caramelada, Abacaxi Grelhado e Azeite de Ervas e muito mais!

Bar Sabiá
O bolinho de carne é inspirado no do Bar do Luiz Fernandes. Gostoso e suave
Bar Sabiá
A porção de bolinho de arroz fechou muito bem uma noite praticamente perfeita no bar
Cabrito a Passarinho

Após várias rodadas de chope Pedro e eu decidimos pedir o Cabrito a Passarinho para começar a forrar as internas. A casa também serve o cabrito como um dos pratos principais, mas o estilo “a passarinho” é que realmente nos chamou a atenção. Apesar de eu ter considerado o preço um pouco salgado (R$ 40,00).

No entanto, os pequenos pedaços de cabrito na tigela nos agradaram bastante, principalmente por virem com os ossos cheios de um glorioso tutano.

Bolinhos do Luiz

Pouco mais tarde Silvia juntou-se a nossa mesa e seguimos regados aos bons chopp da Eisenbahn. Minha esposa optou por solicitar uma porção de Bolinhos do Luiz.

Os paulistanos já podem logo suspeitar que seja uma homenagem ao famoso bolinho do Bar do Luiz Fernandes, boteco que ainda estou devendo uma visita (é quase um pecado não ter ido lá).

É claro que gostaria de ter provado o bolinho primeiramente onde ele foi criado, mas, já que estavam por ali, por que não? A porção (R$ 25,00) vem com quatro bolinhos de carne de tamanho médio, crocantes por fora e com a carne mal passada por dentro.

Muito gostoso, mais ainda com a deliciosa pimentinha que vem de acompanhamento. Diga-se de passagem, a casa oferta ótimas pimentas.

Bar Sabiá
O mobiliário tipico de boteco compõe o ambiente elegante da casa

Queria ter ido muito mais longe explorando aquele cardápio e me aventurar igualmente por algumas das dezenas de bons rótulos de cachaça em oferta. Porém, para uma noite de segunda resolvi ir com um pouco mais de calma.

Bolinhos de Arroz do Bar Sabiá

Minhas companhias também não pareciam muito dispostas a esticar a noite (a casa fica aberta até às 2h da manhã). Deixei a Silvia escolher um último pedido antes de irmos, uma porção de Bolinhos de Arroz (que ela simplesmente adora).

Eu nunca fui um grande fã de bolinho de arroz, pois o petisco sempre me pareceu empanturrar mais do que propriamente me dar prazer em comê-lo. No entanto, desde que vim para São Paulo tenho mudado aos poucos de opinião.

O bolinho do Sabiá me ajudou a dar um passo a mais na direção de ser um admirador deste pedido. É muito bem preparado, como, alias, pareceu todos os pedidos da noite.

Não pensem que a seção de elogios terminou. Na verdade deixei o melhor para o final. O atendimento da casa é muito bom, atencioso sem ser excessivamente artificial e programadinho.

As meninas que nos atenderam foram muito gentis e, acima de tudo, souberam nos dar atenção sem incomodar, principalmente no que se refere ao serviço de chope.

Ao contrário de muitos outros bares da Vila Madalena, no Sabiá o cliente pode ficar tranquilo, pois nenhum garçom ficará empurrando chope por sua goela abaixo e nem fazendo rodízio da bebida.

Ali, se você quiser o chope, pede um. Não há nada mais sagrado no mundo do que o direito de um cliente em pedir o seu chope (e não ser forçado a tomar um por um garçom chato). Por isso, deixo aqui um especial elogio à equipe do Sabiá.

O BAR SABIÁ ESTÁ PERMANENTEMENTE FECHADO. TEXTO MANTIDO COMO MEMÓRIA GASTRONÔMICA PAULISTANA. O BAR SABIÁ FOI UM BOTECO FAMOSO DA VILA MADALENA.

Bar Sabiá

Endereço: Rua Purpurina, 370 – Vila Madalena. São Paulo (SP).

Quer lembrar de outros tantos bares e restaurantes que fecharam as portas no Rio de Janeiro e São Paulo, acesse a nossa página: memória

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