Londres: Kolapata, comida típica de Bangladesh em Whitechapel

Saímos de Brick Lane e fomos mais a leste, já entrando na região de Whitechapel, para almoçar no restaurante Kolapata, de comida típica de Bangladesh. O restaurante não vende bebidas alcoólicas. Atencioso e compreensivo o atendente do lugar, disse que se eu quisesse poderia comprar uma bebida na rua e consumir durante o almoço.

O difícil foi achar um lugar que vendesse cerveja na área, Whitechapel é um bairro de imigrantes muçulmanos e eu tive que andar uns dois quarteirões para encontrar uma birosca que vendesse cerveja. Localizei uma numa esquina perto de um conjunto habitacional.

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Soube logo que ali vendia birita, pois havia um grupo de felizes e falantes brasileiros imigrantes nada muçulmanos em frente. Eu me fingi de inglês e entrei direto na loja. Comprei uma grande lata de Stella Artois e voltei ao Kolapata.

Estranhei um pouco o restaurante estar funcionando já fora do horário inglês de almoço, já quase quatro horas da tarde. A casa estava vazia, havia somente o que me pareceu um casal de ingleses e logo depois um pequeno grupo de indianos. Estávamos, no entanto, no lugar certo, pois o almoço foi ótimo e bem típico. Precisei do auxilio da Silvia para pedir, pois não sabia de nada do que havia no cardápio.

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Sag Prawn

Abrimos com um Sag Prawn com molho de espinafre e um mix de pimentas. Detalhe que o cardápio dá a opção de pedir a comida muito, média ou pouco apimentada. Decidimos optar pela média, que na primeira garfada descobri ser absurdamente apimentada.

Não há nada no Brasil que se compare aquilo, nem nas boas e picantes terras da Bahia. Imagina a forte! É uma pimenta com um ardor diferente, que leva mais tempo para chegar e que não permanece por período muito prolongado na boca.

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Sag Prawn é um tipo de Prawn Crackers temperado com curry. Já o Prawn Crackers uma guloseima frita bastante comum na culinária asiática, da China à Indonésia. Eu não sei definir exatamente o que é: Seria um biscoito? Um pão? Uma massa crocante?

Lembrou-me bastante a textura de um beiju o que pode ser explicado pelo fato de levar farinha de tapioca entre os seus ingredientes. Posso afirmar, no entanto, que é delicioso de beliscar e ficar mergulhando no molho de espinafre com pimenta.

Kolapata e a culinária de Bangladesh

Seguimos com um Pani Puri Filling com ervas e molho de tamarindo, uma iguaria simplesmente fantástica. É um tipo de bolinho de massa crocante, leve e de textura diferente de tudo que já experimente antes. Como era de se esperar o molho estava bastante apimentado e gostoso.

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Como prato principal, um Lamb Dupiaza, cordeiro marinado no iogurte com Tandoori Masala, uma mistura de temperos para assados. Para acompanhar, pimentas com cebola, ervas e Garam Masala. Essa é uma mistura de temperos que conhecemos como o popular curry, mas não é tão simples assim.

O cozido de cordeiro é bastante popular na Índia. Também pedimos um Morog Polao, ou pedaços de frango cozidos misturados a arroz de Bangladesh com pimenta e aroma de açafrão, acompanhados do molho Korma. Este último, um molho complexo que não consegui definir muito bem o sabor.

Ainda como acompanhamento um Special Biryani Dish (arroz fantástico e leve) além de uma travessa de vegetais (couve flor, abobrinha, ervilha, milho, cenoura e cebola). Exageramos, somente, na quantidade de arroz, por um erro de interpretação nosso, mas tudo bem. O cordeiro estava delicioso, o frango ok. No fim das contas foi um almoço completo e muito bom. Estávamos prontos para retornar as batatas inglesas.

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Spicy Food

Eu não sei realmente explicar como os povos da índia e Bangladesh conseguem comer pimenta daquele jeito diariamente, principalmente como se dá o processo de saída do troço. Acho que foi a primeira vez que entendi, de fato, o termo . Eu sou louco por pimentas, mas confesso que não poderia comer diariamente algo com aquela força, até por conta dos meus problemas de escape. No entanto, vez ou outra, é maravilhoso, como foi aquele dia de domingo.

Saímos do restaurante e ainda demos uma volta pelas ruas de Whitechapel, entrando em alguma das dezenas de lojas de roupas típicas. Depois nos enfiamos no Underground para atravessar a cidade em direção a oeste.

Mais sobre o Kolapata: kolapata.com

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