Pastel de feira em Sampa é um programa imperdível. Mas isso para quem, como eu, gosta de feira.
Se você não é chegado em feira talvez não faça muito sentido ir a uma feira comer pastel.
Acho importante frisar isso, porque o pastel de feira está intrinsecamente relacionado ao próprio espaço onde se come e se compra ele, a feira de rua.
A experiência de comer
Acredito que a gastronomia sempre está relacionada a uma experiência mais ampla de se comer – e não só com o prato e os ingredientes em si.
Assim, comer em casa ou no restaurante, ou no meio da floresta, numa casa de campo, tudo isso influencia o ato de comer.
O gosto é algo difuso, muito em parte composto por uma união de diferentes sentidos como tato, aroma, paladar e visão.
Por isso creio que dependendo do local o alimento tem um gosto diferente. Não só pelos ingredientes, ou o tipo de panela em que é cozido.
Cada experiência de comer em um lugar específico é diferente da de se comer em outro, mesmo que provemos uma receita igual.

As feiras de rua paulistanas
Eu amo feira e gosto de pastel de feira de rua porque também acho legal o cheiro da feira, aquele calor, sentar para comer nos banquinhos plásticos junto a barraca, vendo o óleo trabalhar na fritura da massa.
Curtir o movimento das pessoas, o ir e vir de pernas, carrinhos, frutas, legumes, o latido do cachorro, a fumaça e o barulho da máquina de caldo de cana, os feirantes gritando…
São ingredientes que, em minha humilde opinião, transformam o ir comer pastel de feira num programa muito especial, além de barato e democrático (numa cidade onde muitas vezes come-se caro e em lugares segregados, isolando castas sociais).
Por isso que não consigo ir num lugar que não é uma feira comer pastel de feira. Sou da opinião de que para se comer pastel de feira nós devemos ir à feira.


Os sabores de pastel de feira
Há grande variedade de sabores nas barracas de pastel, como carne seca, pizza, palmito, carne e queijo. Mas eu amo mesmo o pastel de bacalhau, que é algo de São Paulo.
Sou do Rio de Janeiro, uma cidade com grande influência da cultura portuguesa, mas onde são raros os pastéis de bacalhau. O carioca é mais apegado aos pastéis de camarão. Bacalhau é mais para o bolinho.
Quando aportei em terras paulistanas uma das primeiras boas impressões que tive da cidade foi quando parei numa feira de rua e provei um pastel de bacalhau.
Posso dizer que foi um dos meus primeiros casos de amor com esta metrópole e que mantenho até hoje.
Viva o pastel de feira!
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