Houve um tempo em que eu e uma turma boa de amigos costumávamos ir ao samba que o Restaurante Severyna realizava aos domingos à noite.
Muita música de raiz, de boa qualidade, comida a rodo e chope Heineken. O local foi um dos primeiros a servir esta marca na cidade do Rio, num tempo em que a Brahma dominava em absoluto.
O Severyna continua realizando shows no horário da noite – inclusive rodas de samba (a programação completa pode ser verificada no site da casa). Mas já não conheço os grupos que se apresentam por lá.
Há anos que não colocava os pés no restaurante da Rua Ipiranga, em Laranjeiras. Ao menos em relação à comida, já era mais do que o momento de retornar e ver como as coisas estavam.
Chamei meus sócios para um almoço de sexta-feira – que neste já quase fim de ano torna-se sempre um evento.
Ficamos bem umas três horas por lá. Não apenas por vontade própria, mas também com um empurrão do serviço, muito lento e confuso. O pessoal ficou perdidinho com o forte movimento de mesas.
Fosse um dia de mais pressa em comer, certamente teríamos levantado pouco após a porção de queijo coalho de entrada. Porém, o papo esticado estava bom, os compromissos já não eram tão urgentes e daí nós relaxamos na maré da lentidão.
A simpatia das meninas que servem as mesas compensa um pouquinho. Além do mais, o ar-condicionado perfeito da casa nos fazia querer ficar por ali por um bom tempo mesmo. Para fugir do insuportável e grudento calor carioca.
Comida nordestina boa e farta
A agitação toda no almoço tem uma clara explicação: a comida nordestina do local é boa, barata e bem servida. O ideal é ir com um grupo de amigos ou em família.
O cardápio é grande, sempre variando em cima das carnes principais: seca e de sol, com acompanhamentos clássicos como baião de dois, macaxeira, jerimum e por ai vai.
Há alguns pratos diferentes como a galinha cabidela, o bobó de camarão ou moqueca de sururu, mas o forte mesmo são as carnes de sol e seca.
Elas podem vir em pedaços, ou no caso da carne seca, também desfiada. Particularmente eu recomendo que se peça a macaxeira cozida, ou o purê de macaxeira. Os dois bem feitos.
Queijo coalho e paçoca nordestina
Abrimos com uma dupla de queijo coalho de muito boa qualidade e um pouco acima da média dos servidos no Rio. Isso acabou sendo a nossa salvação durante a longa espera pelos pratos principais.
Dividi com meu amigo Xaxá uma taboa chamada Fuzuê (R$ 48,00). Era um troço enorme que vinha com carne de sol, carne seca desfiada, macaxeira cozida, jerimum e cebola. Ainda completamos o pedido com uma porção de uma ótima paçoca nordestina.
Meu outro sócio, o Casca, ficou no prato comercial (servido apenas durante o almoço da semana), com um preço realmente em conta: R$ 14.30. A quantidade atende dois seres humanos normais.
Sua opção foi o Corisco: uma tigela de barro com carne de sol, farofa, macaxeira frita e ainda um pote separado com molho à campanha.
Estava tudo bom, sem reclames em relação à qualidade da comida. Nós nos dedicamos aos pratos com esforço e mesmo assim não deu para raspar tudo.
Depois de terminarmos o restaurante já estava mais vazio e o serviço melhorou. Nosso cafezinho acompanhado da conta muito justa não demorou a chegar.
Ficamos mais uns cinco minutos por ali -nos concentrando para enfrentar o calor do lado de fora. Saímos do restaurante satisfeitos, apesar da lentidão do serviço. Não tendo que me preocupar tanto com o tempo eu acho que retorno lá qualquer hora para curtir a boa comida do local.
Restaurante Severyna de Laranjeiras
Rua Ipiranga, 54 – Laranjeiras. Rio de Janeiro / RJ.
Horário: diariamente das 11h às 17h.
Contatos: (21) 2556 9398 / severyna@severyna.com.br
Para saber mais: www.severyna.com.br
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