Em Belgrano C ao lado dos trilhos da linha urbana de trem fica o Barrio Chino de Buenos Aires, na capital Argentina. Engloba uns dois ou três quarteirões da região. É fisicamente definida por um grande portão na Calle Arribeños. Não chega a ser um Bairro Chino como o de Londres. Mas até que pela quantidade de comércio típico e de restaurantes, aquele micro ambiente me surpreendeu.
Achei um programão que certamente eu repetiria em outra viagem a capital Argentina. Quer dizer, é bom para quem curte se enfiar em mercados, ou aos amantes da culinária chinesa. Do contrário não há muito o quê se ver por ali além do portão de entrada, que dá ao menos uma boa fotografia.
Não preciso dizer que para mim foi uma grande curtição. É realmente fantástico o que se pode achar naquele comércio. Há algumas grandes lojas que ofertam de bugigangas a iguarias marinhas frescas.
Paranóia dos seguranças
O chato é o excesso de paranóia dos seguranças das lojas. Os caras são um pé no saco e fazem com que nos sintamos como suspeitos delinquentes, vigiados a toda hora como se fossemos sair botando tudo que é tipo de bugiganga nos bolsos.
Fui abordado agressivamente por um sujeito ao sair de um mercado, pois ele cismou que eu estava a roubar produtos em minha sacola plástica, que na verdade eram de outra loja. Mandei o cara pra aquele lugar (em bom português) e saí. Tirando esse detalhe, o resto é só diversão.
A chatice dos seguranças não chegou a estragar o passeio. Escolhemos outra grande loja de nome Asia Oriental, deixamos devidamente nossas mochilas e sacolas num guarda mala e nos pusemos a fuxicar, por um tempão, tudo o que é tipo de coisa por lá.
Há muito produto asiático, mas também se acha bastante coisa interessante da própria Argentina. Notadamente da Patagônia, como temperos e conservas, por preços interessantes.
No passeio pelo Bairro Chino eu pude confirmar o que já tinha ouvido dizer. Lá é o melhor lugar da capital para se comprar frutos do mar.
Geoduck, caracóis e caramujos
Além da quantidade de peixes frescos expostos, fiquei paralisado com a diversidade de iguarias exóticas as quais eu desconhecia em um dos mercados. Caracóis de vários tipos, caranguejos de todos os tamanhos e até um molusco pornográfico conhecido como Geoduck, ou popularmente chamado de Tromba de Elefante.
Eu só tinha visto este estranho animal antes em livros e programas gastronômicos na televisão. Como se trata de uma espécie do Pacífico Norte, com maior incidência na costa oeste dos EUA e Canadá, eu nunca poderia supor encontrar exemplares a venda na Argentina.
No entanto, trata-se de uma iguaria bastante apreciada pelos chineses, que fazem um tipo de caldo com o ‘pescoço’ do bicho. O geoduck também é consumido no Japão na forma de sashimis e nos Estados Unidos ( principal país onde é coletado e criado) em ensopados.
Se não cheguei a provar das estranhezas do mar, ao menos não sai de mãos vazias do bairro chinês. Em cada mercado que eu entrava, saía carregado de mais uma sacola nas mãos. Comprei patês, especiarias, molhos, conservas etc.
Era tanto peso que desistimos da idéia de voltar de metrô para Palermo e tomamos um taxi no retorno ao hotel. Após aquela jornada, precisávamos de um descanso, pois a noite de quarta seria a última em Buenos Aires e ela nos reservava muitas canções.
Barrio Chino
Endereço: Entre as Calles Arribeños, Montañeses, Mendoza e Av. Olazabal
Horários: As lojas da região abrem diariamente das 10h as 22h.
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