Começamos nosso dia de segunda pelo bairro de Caballitos, para onde fomos direto, logo cedo, visitar o Mercado del Progreso e depois seguir ao histórico Las Violetas.
Ir a mercados é um dos programas que mais eu gosto fazer na vida. Tem pessoas que priorizam montanhas russas ou cinemas 3D. Eu prefiro andar entre barracas de frutas e comidas. Essa é a minha curtição.
Mercado del Progreso
Pois o parque de diversões onde estávamos, o Mercado del Progreso, foi inaugurado em 1889. Sofreu uma grande ampliação e modernização no ano de 1957, ganhando as características em estilo Art Déco externas do edifício. Internamente, porém, é possível perceber as colunas originais em ferro. É um belo mercado e um passeio muito interessante.
Entre as barracas encontramos algumas delis e outras lojas de especiarias. Não consegui sair de lá sem antes adquirir alguma coisa. Ao menos algo que não pesasse na mochila. Comprei duas mostardas da Patagônia da marca Brennan. Uma de Dijon de Cerveja e a outra Dijon ‘Al Aji’.
Era muito tentador carregar algumas conservas de azeitonas, temperos e embutidos que ficavam pendurados por todos os lados. Mas além do problema que me traria na alfândega, ainda iríamos caminhar muito pela cidade aquele dia.
Subte porteño
Seguimos nosso cronograma planejado e tomamos o Subte. (metrô). O termo é uma abreviação de ‘subterráneo’, mas os portenhos falam Subte. mesmo. A estação de Primeira Junta fica logo em frente ao mercado. Trata-se da linha A, a mais antiga da capital.
Buenos Aires não é mal servida de metrô, o grande problema é que as cinco principais linhas só se cruzam na área do Centro. Somente há alguns anos, começou a implantação de uma sexta linha. A Linha H cortará outras quatro numa região mais interna da cidade.
O inicio da construção da Linha A data de 1909. É um dos metros mais antigos do mundo e orgulho para os buenairenses. Porém, o sistema está um tanto colapsado e precisa de uma boa guaribada. Como verificamos ao longo de nossa viagem.
Uma volta pela Linha A é um programa bem legal e turístico. Desde que não se faça nos horários de pico, quando os trens viram uma lata de sardinha. Os antigos vagões (ainda originais) parecem mais bondes.
Até hoje é necessário uma pessoa para abrir e fechar as portas de cada composição. No verão, faz um calor danado, pois não há ar condicionado. Mas vale a pena. Ficamos pouco tempo por lá, apenas duas estações. Paramos logo depois do Rio de Janeiro, na estação Castro Barros.
Confeitaria Las Violetas
Antes de seguir para nosso almoço no bairro de Almagro, paramos para um café numa belíssima casa chamada Las Violetas. Na verdade o estabelecimento, inaugurado em 1884, é mais conhecido pelo disputado chá da tarde.
Interessante como os portenhos absorveram essa cultura do chá dos ingleses. A bebida é muito apreciada em Buenos Aires. A capital é cheia de lindos cafés históricos, principalmente na região do Centro e arredores.
Os cafés, modernos ou antigos, são parte importante da cultura local. Muitas casas históricas foram abertas no período áureo da Argentina, entre o final do século XIX e inicio do século XX.
Época em que o país era um dos mais abastados do mundo. São como diversas Confeitarias Colombo, cada uma com o seu próprio charme.
Em outras passagens por Buenos Aires eu havia explorado casas clássicas e bastante turísticas como o Café Tortoni e 36 Billares. Desta vez segui com um novo roteiro, que incluiu além do Las Violetas e o El Gato Negro. Este último viríamos a conhecer naquela mesma segunda, no final do dia.
Luxo de um passado abastado
O Las Violetas, com seus mármores italianos, vitrais coloridos e lustres dourados é um verdadeiro luxo. Representa bem um passado de um país que teve tudo para ser uma das nações mais desenvolvidas do planeta, mas que se perdeu no redemoinho confuso do século XX.
Nas vitrines dá para admirar uma enorme quantidade de doces. Além de sanduíches de miga e outras tantas coisas típicas de uma confeitaria argentina.
Como iríamos almoçar depois dali, paramos mesmo apenas para um café. Curioso é que só viríamos a comer um sanduiche de miga (tradicionalíssimo) na volta para o Brasil, no aeroporto de Ezeiza.
Para variar, o serviço da casa segue o ritmo portenho. Sente-se e relaxe, alguma hora alguém virá atender. Num dia de longa caminhada, essas paradas para um café e uma água são essenciais para um descanso. Os 30 em que ficamos sentados por ali foram bons para recarregar as baterias e abrir o apetite.
Mercado Del Progreso
Endereço: Av. Rivadavia 5430 – Caballito, Buenos Aires. Argentina.
Horário: de segunda a sexta das 7h30m às 13h e das 17h as 20h. Sábado das 7h30m às 14h e das 17h às 20h.
Contato: +54 (11) 4901-3038
Para saber mais:
mercadodelprogreso.com.ar
Confeitaria Las Violetas
Endereço: Av. Rivadavia 3899 – Almagro, Buenos Aires. Argentina.
Horário: diariamente das 6h às 01h.
Contato: +54 (11) 4958-7387
Para saber mais:
lasvioletas.com
Gostou da dica? Então deixe o seu comentário no Instagram do Diários Gastronômicos ou aqui no blog.
que chique tá você… adorei o novo leiáuti. e fiquei com vontade de ir para buenos aires!