São Cristóvão Bar, o museu do futebol na Vila Madalena

São Cristovão bar, Vila Madalena, São Paulo

O São Cristóvão Bar leva esse nome em causa do tradicional time de futebol da Zona Norte do Rio, São Cristóvão F.R. O clube já não tem mais o brilho, nem a glória, de outros tempos. Hoje é mais conhecido por ter revelado o Ronaldinho (O Gorrrdo, como os corintianos dizem em Sampa). A homenagem, na verdade, é ao falecido Tio de Leonardo Silva Prado (o dono do bar), que era torcedor ferrenho do time.

Não poderia haver algo mais conveniente do que abrir os parágrafos sobre a casa dedicando umas linhas para o futebol. No bar, este esporte está em todos os cantos onde se olha. Do teto ao chão e até nos banheiros.

São Cristóvão Bar
O futebol está em todas as paredes do bar

São mais de três mil e quinhentos quadros, pôsteres, objetos e tudo que é tipo de referência a essa grande paixão nacional. É muita coisa! Centenas e centenas de fotografias interessantes. A vontade que dá é de ficarmos a catar fatos na parede por um bom tempo.

Lembra do gol de mão de Maradona? Está lá. Pelé na conquista do tri? Está lá. Lá também está uma surpreendente fotografia de Pelé tocando violão com Maradona. Podem catar, com paciência, que vocês hão de ver.

Bar com personalidade
São Cristóvão Bar
São mais de 3500 quadros com referencia ao mais popular dos esportes

A decoração dá uma personalidade que faz com que o São Cristóvão se destaque em meio à grande concorrência ao seu redor. É uma casa muito aconchegante, com um clima alegre, desses que não dá vontade de sair. Mas isso é só o começo.

O melhor está mesmo dentro do cardápio e no excelente chope servido. A carta é uma reunião de surpresas, petiscos e delícias, entre as quais bacalhau em lascas, carne de panela e a alheira. Esta última eu inevitavelmente pedi.

São Cristóvão Bar
A alheira cremosa e suave combinou bem com a cachaça Serra das Almas

Era minha segunda passagem pelo bar e certamente não a última, pois não consegui cobrir nem cinco por cento do que gostaria no menu. Lamentavelmente aquela noite eu estava muito cansado para curtir o lugar com o pique que ele merece. Mas deu para me divertir.

Para tentar espantar a lerdeza, me perdi um pouco a escolher uma entre as dezenas de cachaças em oferta. Decidi seguir a sugestão de meu amigo: a ótima Serra das Almas, produzida na pequenina cidade de Rio de Contas, na Chapada Diamantina – Bahia.

São Cristóvão Bar
Os comes seguram com a porção de lascas de bacalhau
Alheira grelhada

Como disse um pouco mais acima, foi inevitável pedir a alheira (R$ 18,00 a unidade) para abrir os comes. Trata-se de uma iguaria portuguesa pela qual eu sou louco. O Xaxá início com um caldo de feijão. Diga-se de passagem, caldo de feijão mulatinho, que curiosamente é chamado de carioca. Apesar de ser raríssimo ver feijão mulato no Rio de Janeiro, capital nacional do feijão preto.

Apesar do cansaço, segui firme no papo e no copo. Estava tudo tão agradável que até dei um desconto para o empurra-empurra de chope – comum em alguns bares de São Paulo. Ademais, já tinha me habituando ao esquema. Quanto à alheira: cremosa, sabor suave e tempero leve. Um pouco diferente das alheiras mais abrutalhadas que costumo comer nos botequins e restaurantes portugueses do Rio. Adorei. Como uma entrada, foi perfeita.

São Cristóvão Bar
A linguiça calabresa do São Cristóvão não é uma qualquer de esquina
Bacalhau em lascas e calabresa artesanal

Para seguir na comilança, pedi bacalhau em lascas com folhas verdes e azeitonas. Surpreendi-me com o tamanho. Era um prato para dividir. Boa opção, mas um pouco salgada, há de se dizer. De toda maneira foi um bom tira-gosto para seguir com o papo.

E o cansaço? Nem sabia mais onde estava. Esticamos a prosa mais tempo do que estimei possível fisicamente. Quando o relógio já apontava pouco mais da meia noite, resolvemos que era hora da ceia final. Um último petisco: Calabresa Artesanal feita na cachaça (R$ 30,00).

Linguiça calabresa é um troço que qualquer boteco serve. Mas a do Bar São Cristóvão não é uma ordinária de esquina. A calabresa é apimentada e tem um sabor leve da cana ao fundo. A gordura é bem balanceada. Excelente. Quem me dera se todas as servidas por ai nos botecos de esquina fossem iguais.

Enfim já era mais do que hora de partir. Dia seguinte uma longa nos aguardava.

São Cristóvão Bar

Endereço: Rua Purpurina, 370. Vila Madalena – São Paulo (SP).
Horário: domingo e terça à quinta das 12h às 00h. Sextas e sábados das 12h às 01h. Segunda das 12h às 23h
Contato: (11) 2691-3858

Para saber mais:
instagram.com/saocristovaobar

Gostou da dica? Então quando der um pulo lá não deixe de falar pra gente como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos ou aqui no blog.

Encontre outras dicas de bares e restaurantes em São Paulo em: comer e beber em Sampa

About André Comber

editor do site Diários Gastronômicos

View all posts by André Comber

One Comment on “São Cristóvão Bar, o museu do futebol na Vila Madalena”

  1. É o bar dos esportes! Se soubesse tinha ido com vcs aquele dia! Mas o bacalhau do português Ora Pois também estava ótimo! Da próxima vez que passar pela hospedaria do gato pelancudo te levo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.