O Bar da Amendoeira é um daqueles lugares que sintetizam a alma dos botecos da Zona Norte carioca.
Fundado em 1962, originalmente com o nome Café e Bar Lisbela, o bar ganhou o apelido atual graças à amendoeira que fica bem em frente, oferecendo sombra generosa a quem para ali pra tomar um chope gelado ou comer um petisco.
Hoje, o Amendoeira é um ponto de encontro querido no bairro de Maria da Graça, e segue firme sob o comando da mesma família, mantendo viva a tradição com sua comida bem temperada e aquele clima acolhedor que só os botecos de bairro têm.

Carne seca na farofa
Minha jornada pelo local começou com talvez o petisco mais famoso da casa, a carne seca na farofa (1/2 porção R$ 30,00). Pedido certeiro e delicioso. A carne seca no ponto perfeito de sal, bem cozida, desmanchando, misturada com uma bela de uma farofinha que só o Rio de Janeiro é capaz de produzir.
Um petisco simples e delicioso, ideal pra dividir entre amigos na companhia de um chope geladinho.

Couve-flor empanada
Dei prosseguimento ao programa com um petisco mais leve, a couve-flor empanada (R$ 3,00 a unidade). Que segue um antigo costume da culinária portuguesa de empanar legumes, tradição essa que teria inspirado os japoneses, lá atrás na idade média, a criarem o tempura.
Eu adoro legumes empanados e essa couve-flor estava deliciosa. Uma ótima opção para quem não quer pegar pesado nos comes.

Bolinho de carne ou croquete?
Encerrei a jornada com um clássico da botecagem: o croquete de carne (R$ 10,00 a unidade). Achei curioso que eles lá chamam de bolinho de carne, mas até pelo formato e estilo está mais para croquete. Um croquete bem das antigas, com sabor meio caseiro. Só poderia ter sido frito na hora.

Clássicos da casa: feijoada e angu à baiana
Apesar de eu ter ido só para os petiscos, é impossível não mencionar as grandes estrelas da casa. Às sextas-feiras, o bar serve sua tradicional feijoada, e aos sábados, o famoso Angu à Baiana, que já virou lenda na Zona Norte.
São pratos que mantêm viva a essência do bar: comida farta, feita com capricho e servida em um ambiente simples e descontraído.

Um botequim de família
O mais bonito do Bar da Amendoeira é ver como a tradição foi preservada ao longo das décadas. Hoje o bar é tocado pela Carine Rezende e sua irmã, bisnetas do fundador.
Elas continuam a cuidar do bar com o mesmo espírito de hospitalidade, mantendo o espaço como um símbolo da resistência dos botecos de bairro cariocas.

O Amendoeira começou como um armazém de secos e molhados em 1957 e aos poucos foi virando um botequim, num processo muito comum nos bares do Rio de Janeiro. 1962 é considerado o ano oficial de transformação do local em um bar.
Um clássico sob a sombra da amendoeira
O nome do bar não é apenas um detalhe curioso, é parte de sua identidade. A amendoeira em frente ao bar virou ponto de encontro, abrigo e cartão-postal da Maria da Graça.
É sob essa sombra que gerações de fregueses tomam chope, trocam histórias e celebram a cultura da botecagem.

Vale a visita ao Bar da Amendoeira?
Sem dúvida! O Bar da Amendoeira é patrimônio afetivo da Zona Norte. Seja pra almoçar um Angu à Baiana no sábado, petiscar uma carne seca na farofa ou simplesmente tomar um chope gelado sob a amendoeira, esse é o tipo de bar que mantém viva a essência da Zona Norte.
Espero que tenham gostado da dica e quando derem um pulo lá não deixe de falar pra mim como foi a experiência no Instagram do Diários Gastronômicos , aqui no blog o nos comentários do canal no Youtube.
Quem estiver procurando outras dicas de bares e restaurantes no Rio de Janeiro dá um pulo na aba: comer e beber no Rio
Bar da Amendoeira
Rua Conde de Azambuja 881, Maria da Graça, Rio de Janeiro / RJ.
Horário: Segunda das 9h às 16h. Terça e quarta das 8h às 22h. Quinta das 9h às 2h. Sexta das 8h às 22h. Sábado das 8h às 20h.
Contato: (21) 2501-4175
Para saber mais:
Fontes de consulta:
Zona Norte: conheça estabelecimentos que se confundem com seus pratos clássicos
Da tamarineira ao coqueirão, as árvores que fazem parte da história do Rio
Café e Bar Lisbela (Bar da Amendoeira)
Decretado: Bar Amendoeira e Adonis viram patrimônio da cidade

