Por sugestão do meu amigo Guguta – um conhecedor, a fundo, da cidade de Campinas – eu chamei os meus sócios para comer no Bar do Alemão. O primeiro, e por isso mesmo representativo, restaurante da viagem. A casa, originalmente de Itu, é mais conhecida pelo joelho de porco a pururuca. Calma lá, eu adoro, mas nos pareceu demasiado a um domingo na hora do Fantástico.
O centenário bar está nas mãos de uma mesma família desde sua inauguração em 1902 e hoje é tocado pelos netos do fundador. Idade para mim sempre merece respeito. No entanto, a filial de Campinas é mais mocinha e foi aberta nos anos 90.
Chope Hofbräu e Kassler Aperitivo
Desistimos do joelho, mas não da costeleta defumada , ou o tradicional Kassler. Essa seria uma prova muito séria para mim. Adoro culinária alemã e sou fã das boas casas do Rio de Janeiro como Bar Brasil e a Adega do Pimenta. Se levarmos em consideração o chope Hofbräu entre outras boas cervejas indicadas no cardápio, o Bar do Alemão ganha uns pontinhos de vantagem do Bar Brasil.
Além das cervejas, outra coisa que me chamou atenção foram as opções de steinhaeger e genebras, semelhante ao Pimenta. Este último igualmente com ótima seleção destes tipos de bebida. Não me arrisquei a pedir, já calculando as poucas horas de sono que teria pela frente até segunda, às cinco da manhã. Fiquei no chope Hofbräu durante toda a noite.
Quando veio a grande travessa de pequenos cubinhos cortados, percebi que a comparação com o kassler do Bar Brasil não seria totalmente apropriada. O da casa da Lapa carioca é fatiado quase na hora, em pedaços maiores, que incluem os ossos. São estilos um pouco diferentes, os dois muito bons. Foi um grande início de percurso. Pena estarmos tão cansados de filas de check-in e atraso de voo.
Parmegiana no Palito
Apesar da origem alemã, a carta da casa contempla uma grande variedade de pratos. Há muitos tipos de filé, como o Parmegiana, que não se encaixam muito no contexto. Mas esse prato é uma verdadeira tradição encontrada em diferentes cidades do interior de São Paulo.
Por ali é servido no palito, porque ele já vem cortadinho, sob o molho, pronto para que os nossos palitinhos o piquem. Um termo de uso comum nos bares do interior de São Paulo. Os cariocas se referem a semelhante configuração como espetinho.
Aparentemente estávamos para comer o melhor filé a parmegiana do Brasil. Assim a casa denomina o seu filho. Exageros? Bom, eu não costumo comer muitos files à parmegiana, então não tenho parâmetros de comparação.
Eu gostei, satisfez-me, mas está longe de ser exatamente o petisco que eu pediria todo o dia para comer. Dado a grande porção, que atendeu os anseios de três homens, os 32 reais cobrados me pareceram justos.
Salsicha branca frita
Não paramos por aí. A fome era grande, como se pode perceber. Em seguida veio uma porção de salsicha branca frita solicitada pelo Xaxá. Eu não sou fã de salsichas fritas, pois acho que a fritura tira muito da essência do embutido. Geralmente peço a cozida, mas também não recuso uma fritinha de vez em quando.
Pedimos a conta? Não, eu ainda tinha estômago (ou supus ter) para mais um petisco. Acertei ao pedir o antipasto da casa. Com exceção da pouca quantidade de frios, a opção é muito interessante, pois oferta pequenas porções de um tudo: azeitonas pretas, berinjelas, picles, batatas temperadas, cebola curtida, manteiga, patês e verduras cruas.
Terminamos a seção por onde, talvez, devêssemos ter iniciado. A experiência alimentou as minhas expectativas em relação a Campinas.
Bar do Alemão
Endereço: Rua Doutor Emílio Ribas, 160 – Cambuí. Campinas / SP.
Horário: de terça à quinta das 11h30m às 14h45 e de 18h30m às 22h. Sexta das 11h30m às 14h45m e das 18h30m às 22h. Sábado das 11h30m às 1530m e das 18h30 às 22h. Domingo das 11h30m às 16h. Segunda das 11h30m às 14h45m.
Contato: (19) 3254-5544 / (19) 98803-6489 / (19) 98865-2014
Para saber mais:
instagram.com/bardoalemao_campinas
bardoalemaodecampinas.com.br
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