Da Abadia de Leffe para o mundo

Cerveja Leffe blond
Cerveja Leffe blond

Surgida na Abadia de Notre Dame de Leffe, na Bélgica, a cervejaria Leffe tem quase 800 anos de história. A sua Blond Ale é a cerveja de abadia mais consumida no mundo.

A produção da Leffe Blond em escala industrial na grande fábrica da Stella Artois, em Leuven, não dá margem para denominá-la, ainda, como uma cerveja artesanal. A despeito disso, ela segue mantendo uma extraordinária personalidade.

Por fazer parte do grupo AB-Inbev , a Leffe é distribuída em praticamente todas as partes do globo. No Brasil seu valor foi caindo e hoje ela pode ser encontrada facilmente e por um bom custo-benefício levando em conta a sua complexidade.

Acredito que, como eu, muitos apaixonados por cerveja iniciaram a jornada pelos estilos belgas através da Leffe. Apesar de eu já ter provado outras tantas marcas da Bélgica (inclusive em viagens para lá), a Leffe Blonde continua sendo uma das minhas belgas prediletas.

História:

1240 é considerado o ano de fundação da Leffe, pois foi quando a Abadia de Notre Dame de Leffe adquiriu algumas propriedades que incluíam uma velha cervejaria. Os monges premonstratenses seguiram com a produção de cerveja. Usavam a água do rio Leffe e os lúpulos plantados nas terras da Abadia.

Reza a lenda que a cerveja substituía o consumo de água nos tempos da Peste, pois o processo de fermentação purificava a bebida. A produção de cerveja por muito tempo se restringiu ao consumo dos religiosos. Como recebiam muitos peregrinos, porém, a fama de sua bebida começou a se espalhar.

O local foi quase destruído por invasões na Idade Média, mas ainda assim conseguiu prosperar. Durante a Revolução Francesa, no entanto, a Abadia foi fechada e todos os seus bens suprimidos. No século XIX a igreja original foi demolida e a propriedade dividida, com várias casas construídas no lugar.

A atividade cervejeira continuou em ritmo mais lento até 1809, quando foi finalmente abandonada, só tendo sido resgatada quase 150 anos depois. Nos anos 30 do século XX os monges voltaram para o local que se tornou patrimônio histórico belga e uma nova igreja foi construída no antigo terreno da fazenda.

Em 1952 o cervejeiro Albert Lootvoet em cooperação com o Padre Abade Nys decidiu retomar a tradição cervejeira da Abadia, resgatando os processos tradicionais de fabricação. Foi assim que ressuscitaram a receita da Leffe Brune (a versão original da cerveja) e logo em seguida deram vida a sua mais famosa criação, a Leffe Blonde.

Com a crescente demanda, nos anos 70 Lootvoet buscou apoio financeiro da Brasserie Artois que posteriormente deu origem a Interbrew e, finalmente a AB-Inbev.

Sobre a Leffe Blond:

Aspectos, aroma e sabor: cerveja de alta fermentação. Seu sabor é complexo, fresco, seco, frutado e levemente condimentado. Apresenta notas de baunilha e cravo. Sua cor é dourada, com espuma cremosa e encorpada.

Ingredientes: Água, malte de cevada, açúcar de beterraba e lúpulo.

Harmonização: frutos do mar como ostras e mariscos, queijos de mofo branco, como Camenbert, Brie, Brillat-Savarin ou Saint-Marcellin.

Cervejaria: Leffe, parte do grupo AB InBev

Estilo: Belgian Blond Ale

Copo: Cálice / Tulipa

ABV: 6,6%

IBU: 21,5

Opções de tamanho: 330 ml

Temperatura sugerida: 5°C a 6°C

Para saber mais: leffe.com

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editor do site Diários Gastronômicos

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