O ABU-ZUZ ESTÁ PERMANENTEMENTE FECHADO. TEXTO MANTIDO APENAS COMO MEMÓRIA GASTRONÔMICA DE SÃO PAULO
Depois de muito adiar, finalmente consegui arrumar um tempinho para rodar pelo Brás. Além do forte comércio de roupas, a emblemática região também oferta algumas ótimas casas de comida libanesa. Foi justamente atrás destas que eu estava.
Separei dois endereços muito bem indicados: a Casa Líbano e o Abu-Zuz. Como estava sozinho, a minha intenção era, posso dizer, fazer uma primeira exploração. Provar um ou outro quitute em cada um delas. Sobre a Casa Líbano, eu escreverei em um texto mais a frente. Vou me ater aqui ao Abu-Zuz e o seu surpreendente cardápio de lanches.
Apesar de me pegar bastante tentado a pedir o shawarma (no cardápio da casa está escrito chauarma) verdade é que eu já tinha o meu pedido na cabeça quanto entrei na lanchonete da Rua Miller. A dica do André Barcinski em seu Guia da Culinária Ogra foi irresistível: sanduíche de miolo de boi. Diga-se de passagem, uma obra fundamental para quem quer se aprofundar na gastronomia paulistana.
Sanduíche de miolo de boi
Miolo não foi propriamente um prato que fez parte do meu cardápio ao longo da vida, mas lembro-me que minha avó Mary adorava. É assim com o miolo, existem os que amam loucamente (como o próprio André Barcinski) e os que não querem nem ouvir falar que um ser humano é capaz de comer este tipo de coisa. Eu me considero uma exceção. Não tenho nada contra, mas a pedida também não me suscita assim tanto tesão.
Eu estava no Abu-zuz mais pelo inusitado da coisa, pois não há duvida de que foi um dos sanduíches mais exóticos que já tive a oportunidade de provar. A porção de miolo é enrolada num pão árabe com salsinha, pasta de alho, pepino em conserva e tomates e custa R$ 12,00. Posso dizer que, para quem curte miolo de boi, este é um programa obrigatório.
Enquanto se tenta equilibrar o lanche comprido, os miolos – que tem a consistência de um sorvete cremoso – vão escorregando por baixo. Ao final da comilança, não me sobrou alternativa a não ser solicitar um garfo a simpática moça que me atendeu, para então poder devorar os restos da massa cinza espalhados pela travessa de metal.
Lanches tentadores
Em meu caso, não é que tenha desgostado, mas o cardápio oferta opções que para mim são muito mais tentadoras, como por exemplo, o lanche de fígado (fígado de boi, batata frita, pasta de alho, alface e tomate por R$ 11,00) ou o de linguiça síria (R$ 12,00), que leva pepino em conserva, salsa e tomate. Ou ainda o próprio shawarma, como já me referi há alguns parágrafos atrás.
Apesar do Abu-zuz também contar com um cardápio para almoço – há um espaço com mesas atrás da área da lanchonete – penso que o grande barato de lá são os sanduíches e os shawarmas (há o de frango, além do de boi), que por si só já valem o passeio até o Brás.
O ABU-ZUZ ESTÁ PERMANENTEMENTE FECHADO. TEXTO MANTIDO APENAS COMO MEMÓRIA GASTRONÔMICA DE SÃO PAULO
Abu-Zuz
Rua Miller, 622 – Brás. São Paulo (SP).
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